Por Diário do Povo
No dia 19 de abril, Miguel Díaz-Canel foi eleito como presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros de Cuba, se tornando o novo chefe de Estado e de Governo do país, após Raul Castro, de 86 anos.
Com a transição do poder, Raúl continua sendo o primeiro secretário-geral do Partido Comunista de Cuba (PCC). Esta é considerada uma transição do poder estável e expectável, uma medida para rejuvenescer e sistematizar o contingente de quadros do país. Com isso, Cuba entra numa nova jornada de desenvolvimento.
Uma transição prevista
Há dois anos, no 7º Congresso do PCC, Raul afirmou que iria sair do cargo de presidente do Conselho de Estado de Cuba e que um novo líder, mais jovem, deveria liderar a revolução socialista de Cuba. Nas novas gerações dos políticos cubanos, Díaz-Canel, quando era o vice-presidente do Conselho de Estado, tinha vantagens notáveis.
Díaz-Canel nasceu após a revolução cubana liderada por Fidel Castro, na década de 1950. Com uma abundância de experiências acumuladas nas unidades básicas de Cuba, ganhou uma boa reputação na década de 1990, durante o “período especial” experienciado pela economia cubana.
Como assistente de Raúl, Díaz-Canel compartilha os mesmos ideais, sendo também reconhecido popularmente pela capacidade de tratar assuntos nacionais. Segundo a chancelaria cubana, embora o novo presidente não tenha o sobrenome “Castro”, ele é também um “filho da revolução”.
Raúl Castro continuará sendo o secretário-geral do PCC após Díaz-Canel assumir o poder.
Para Rigoberto Celorio, coronel reformado de Cuba, tal significa que, independentemente de quem será o líder de Cuba, o país pode “seguir em direção ao progresso”.
A reforma vai continuar
Segundo o Granma, órgão oficial do Comitê Central do PCC, Cuba tem atravessado um período de importante transformação nos últimos 10 anos. Apesar da complexidade da situação internacional, junto com o bloqueio econômico e a pressão fiscal, o governo cubano insiste na “atualização do modelo econômico e social”, e ajustou a estratégia de desenvolvimento conforme a situação real.
Em 2011, Cuba definiu a estratégia de “atualização do modelo econômico e social”, com a qual o governo definiu três metas da reforma: reduzir a interferência do Estado na economia; descentralizar o poder; e melhorar o bem-estar do povo.
Desde 2013, Cuba ampliou os setores de reforma; aumento da economia privada; estabelecimento da zona econômica especial; aperfeiçoamento da segurança social para a revogação de moeda dupla; atração de capital estrangeiro; e reforma das empresas estatais.
Para o economista cubano, Ricardo Torres, Cuba ainda precisa de atrair mais capital estrangeiro, aumentar a exportação e realizar a reforma monetária, por forma a estimular o vigor da economia.