ZTE considera proibição dos EUA "extremamente injusta"

Fonte: Diário do Povo Online    20.04.2018 14h13

A fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações ZTE afirmou nesta sexta-feira que não aceitará a proibição dos Estados Unidos, que considera "extremamente injusto" e ignora todos os esforços da empresa em cumprir as leis e regulamentações de controle de exportação dos EUA.

A resposta surge depois que o Departamento de Comércio dos EUA proibiu a ZTE no início da semana de comprar qualquer tecnologia americana por sete anos, uma decisão que pode representar um golpe fatal para a empresa chinesa e afetar negativamente a indústria global de telecomunicações.

A ZTE informou, através do seu website oficial, que a empresa dedicou vários recursos, incluindo mais de 50 milhões de dólares em 2017, para aprofundar os conhecimentos e cumprir as leis e regulamentações de controlo de exportação dos EUA, depois de se declarar culpada em 2016 por violar algumas das regras do país.

Apesar dos esforços, o governo dos EUA impôs a proibição à ZTE, já que, segundo o departamento, a empresa chinesa não conseguiu disciplinar os 35 funcionários envolvidos, conforme decidido no acordo de sanções.

"O governo dos EUA não levou em conta que a ZTE encontrou o problema e tomou a iniciativa de relatá-lo aos reguladores. Nós também agimos rapidamente para punir as pessoas que cometeram o erro e contratamos escritórios de advocacia dos EUA para investigar a questão de forma independente" pode ler-se no website. "Antes que a investigação fosse concluída, o governo dos EUA impôs a mais dura sanção sobre nós. É extremamente injusto. Não vamos aceitá-la."

A declaração continua: "Não vamos desistir de resolver este problema através do diálogo, mas também estamos determinados a salvaguardar os nossos direitos e interesses legítimos através de todos os meios legalmente disponíveis".

A ZTE é responsável por cerca de 10% do mercado global de equipamentos de telecomunicações e por 30% do mercado de telecomunicações chinês, segundo dados compilados pela China International Capital Corp, uma empresa líder de investimentos.

É também o quarto maior vendedor de smartphones nos Estados Unidos. Em 2017, registrou 108,8 bilhões de yuans (17,3 bilhões de dólares) em receita, um aumento de 7,5% ano a ano.

A proibição é o mais recente desenvolvimento da punição do governo dos EUA à ZTE, depois que a empresa se confessou culpada em 2016 de violar as sanções ao enviar equipamentos de telecomunicações para o Irã e República Democrática Popular da Coreia. A ZTE já pagou 890 milhões de dólares em multas.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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