Brasília, 18 abr (Xinhua) -- O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), lidera as preferências de intenção de voto para as eleições presidenciais de outubro por uma ampla margem, mesmo dez dias depois de ter sido preso para cumprir uma pena de 12 anos e um mês por suposta corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo a nova pesquisa divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Vox Populi, realizada a pedido do PT, se a eleição fosse agora, o ex-presidente estaria a um passo de eleger-se ainda no primeiro turno.

Na pergunta espontânea sobre intenção de voto para presidente da República, Lula alcançou 39%. Já na pesquisa estimulada, na qual se apresentam os nomes dos pré-candidatos, Lula obteve 47% das indicações, contra 12% de Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), 9% de Joaquim Barbosa, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), e 7% de Marina Silva, da Rede Sustentabilidade.

Apesar dos números, a possibilidade de Lula concorrer é remota porque, ao ter sido condenado em segunda instância, está enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que impede candidaturas nesse caso. Apesar disso, inúmeros políticos em situação semelhante conseguiram assumir seus cargos após apresentar recursos à Justiça em eleições anteriores.

Segundo a pesquisa do Vox Populi, 41% dos brasileiros consideram que Lula foi condenado sem provas, 44% acham que a prisão de Lula foi injusta e 58% acreditam que ele tem direito a ser candidato novamente à presidência, mesmo depois da prisão.

Na pesquisa sobre o segundo turno, o Vox Populi apresentou quatro cenários. O ex-presidente Lula concorre em cada um deles com Jair Bolsonaro (PSL), Joaquim Barbosa (PSB), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmin (PSDB).

De acordo com a pesquisa, Lula teria mais de 50% dos votos contra todos os outros candidatos: 56% a 12% contra Alckmin; 54% a 16% contra Marina; 55% a 17% contra Bolsonaro e 54% a 20% contra Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal.

Para o presidente do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, a pesquisa revela que "o impacto da prisão não foi significativo nas intenções de voto de Lula. A pesquisa mostra que aumentou o sentimento de que o ex-presidente é vítima de uma injustiça e de que recebe um tratamento desigual por parte do Judiciário".

O levantamento foi realizado no período de 13 a 15 de abril. O Vox Populi fez 2.000 entrevistas, aplicadas em 118 municípios. A margem de erro é de 2,2 %, estimada em um intervalo de confiança de 95%.

Os resultados apresentam números diferentes de pesquisa semelhante divulgada no domingo pelo Instituto Datafolha que apontou uma margem menor nos cenários em que Lula seria candidato.

Segundo o Datafolha, o ex-presidente teria 31% das preferências no primeiro turno no melhor cenário, contra 15% de Bolsonaro, 10% de Marina Silva e 9% de Joaquim Barbosa.