Cientistas ingleses e americanos descobrem enzima capaz de consumir resíduos de plástico

Fonte: Diário do Povo Online    18.04.2018 14h42

O plástico PET, conhecido pelo nome científico de polietileno tereftalato, é a principal matéria-prima dos produtos de plástico, sendo que leva centenas de anos a degradar. Não há, até há data nenhum método eficiente de controlar a poluição causada por este material. Há alguns anos atrás, cientistas japoneses conseguiram descobrir num aterro sanitário uma bactéria que se alimentava de plástico, ao produzir enzimas com a capacidade de degradar este material.

Investigadores da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido, e do Laboratório de Energias Renováveis do Departamento Energético dos EUA, analisaram a estrutura de uma dessas enzimas, denominada “petase”, tentando compreender os princípios por detrás da sua capacidade de degradação do plástico.

Os cientistas criaram um modelo de alta definição 3D desta enzima, usando raios X com uma claridade 10 bilhões de vezes superior à luz solar. Da experiência resultou a descoberta de que a petase é muito parecida com a cutinase, existindo apenas uma diferença entre elas.

A cutinase é mais frequente de ser encontrada em fungos e bactérias. Os investigadores conjeturam que a petase não é equiparável à cutinase na degradação de plásticos. Como tal, a adição de aminoácidos causa mutações, tornando-o mais próximo do cutinase, gerando através deste processo uma nova enzima com uma capacidade superior ao petase para degradar o plástico.

A Reuters entrevistou um dos investigadores, o professor John Mcgeehan, da Universidade de Portsmouth, no Reino Unido. “Criamos uma enzima modificada que é superior às enzimas naturais”, afirmou. A equipe responsável pelo projeto encontra-se a tentar melhorar a sua eficácia.

O objetivo final é a sua produção industrial e subsequente uso na degradação de plásticos. McGinhan disse: “Embora o progresso tenha sido pequeno, a sua descoberta não expectável revela que há ainda espaço para uma maior otimização desta enzima, e que tal permitirá que se dê um passo em frente para a resolução da crescente pilha que se tem vindo a acumular de dejetos de plástico”.

Resultados de pesquisa relacionados foram publicados no “Jornal da Academia Nacional de Ciências”. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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