Apesar das advertências dos grupos de negócio e especialistas, o presidente estadunidense, Donald Trump, assinou na quinta-feira um memorando executivo que impõe tarifas até 60 bilhões de dólares contra os produtos importados da China.

Trump ordenou ao representante do comércio Robert Lighthizer que publicasse uma lista de produtos chineses que poderão ser submetidos às novas tarifas nos próximos 15 dias, enquanto o Departamento de Tesouro dos EUA terá 60 dias para propor a restrição sobre o investimento chinês no país, segundo o memorando.

As tarifas “poderão ser de cerca de 60 bilhões de dólares”, Trump disse na quinta-feira na Casa Branca antes de assinar o documento.

O memorando é baseado na chamada investigação de Seção 301, sobre a alegada transferência da propriedade intelectual e tecnologia chinesas, lançada pela Administração de Trump em agosto de 2017.

A China vai “adotar todas as medidas necessárias” para defender os seus direitos e interesses, afirmou um funcionário do ministério do Comércio na quinta.

“A China expressou claramente, e por várias vezes, a sua posição. A China se opõe firmemente contra tal prática protecionista unilateral da parte americana”, reforçou.

A Seção 301, usada nas décadas de 1980 e de 1990, permite ao presidente americano impor unilateralmente impostos ou outras restrições comerciais sobre países estrangeiros. No entanto, os EUA raramente usaram esta ferramenta desatualizada desde o estabelecimento da OMC em 1995.

O memorando segue o recente plano tributário de Trump sobre a importação do aço e alumínio, que foi alvo de uma forte oposição e advertências por parte de grupos de negócio em todo o mundo.

Em uma carta enviada a Trump no domingo, 45 associações comerciais americanas, representantes dos setores de retalho, tecnologia, agricultura e outras indústrias de produtos de consumo, urgiram a Casa Branca a não avançar com a imposição das tarifas à importação chinesa, já que tal medida irá prejudicar os consumidores e empresas dos EUA. 

China opõe-se firmemente às tarifas dos EUA sobre importações chinesas, diz Embaixada da China nos EUA