Zhengzhou, 16 mar (Xinhua) -- Graças a 158 rolamentos de pontes fabricados em uma fábrica militar no centro da China, a maior ponte marítima do mundo fica majestosamente acima das águas mais movimentadas no sul da China.
Os rolamentos, ou "juntas" que ligam o cais e o corpo da ponte, são cruciais para a qualidade e o tempo de vida da Ponte de Hong Kong-Zhuhai-Macao de 55 quilômetros, situada nas águas de Lingdingyang, no estuário do Rio das Pérolas.
A fornecedora das juntas, a Luoyang Sunrui Special Equipment Co., é uma subsidiária da Luoyang Ship Material Research Institute da China Shipbuilding Industry Corporation, que fornece apoio tecnológico para navios de guerra chineses.
Muitas tecnologias desenvolvidas pelo instituto foram aplicadas a vários projetos nacionais muito importantes, como o submersível tripulante Jiaolong, o primeiro porta-aviões da China, o Liaoning, e o primeiro ancoradouro espacial do país entre a nave espacial Shenzhou-9 e o primeiro laboratório espacial do país, Tiangong-1.
Devido a uma integração militar-civil mais profunda, essas tecnologias têm sido amplamente utilizadas em áreas civis, incluindo grandes projetos de infraestrutura, lâminas de turbinas eólicas e aparelhos e instrumentos médicos de preço acessível, como stents coronários.
"Mais de 90% do nosso valor de produção agora vem de bens civis", disse Wang Guoyu, secretário do comitê do Partido do instituto.
Na medida em que a China continua implementando a estratégia de integração militar-civil, um número crescente de empresas militares vem aplicando suas tecnologias de ponta para a fabricação de produtos civis. A tecnologia militar, que antes era um mistério, tornou-se uma parte das vidas diárias das pessoas.
A Haiying Special Materials Company usa um aerógrafo nanométrico de um milímetro de espessura como um material de isolamento térmico para suas botas de inverno. O material foi utilizado nos gasodutos dos foguetes Longa Marcha-5 e armários microtermais da nave espacial de carga Tianzhou-1.
A China Aerospace Science and Technology Corporation (CASIC) fez uma parceria com a Biblioteca Nacional da China e ao Centro Nacional de Proteção de Livros Antigos para aplicar tecnologias astronáuticas à proteção de documentos antigos.
De acordo com Gao Hongwei, presidente da CASIC, mais de 2.000 tecnologias aeroespaciais foram aplicadas em vários setores da economia nacional e contribuíram significativamente para o desenvolvimento social.
De acordo com a Administração Nacional de Ciência, Tecnologia e Indústria para Defesa Nacional em dezembro, 70% dos produtos fabricados por empresas militares na China eram destinados para o uso civil.
"A indústria de defesa da China acumulou muitas tecnologias avançadas e talentos de alto escalão durante décadas, mas muitos êxitos ainda não foram adotados em áreas civis", disse Zhang Liangrui, da administração. "A China introduzirá mais medidas para promover a integração militar-civil, com o fim de contribuir para a atualização industrial nacional e desenvolvimento econômico".
