Mandarim na moda, Brasil adere ao fenômeno da aprendizagem do idioma chinês

Fonte: Diário do Povo Online    14.03.2018 14h06

O portal do Nanmeiqiaobao, um jornal da comunidade de chineses no Brasil, noticiou recentemente que, no seguimento do crescimento econômico da China e das oportunidades daí provenientes, cada vez mais pais e escolas apostam no aprendizado do mandarim para as gerações mais novas.

No dia 3 de março, o Instituto Confúcio da Universidade Estadual de São Paulo organizou as comemorações do Festival das Lanternas, no parque Ibirapuera, o maior da capital paulista. Várias atividades enquadradas na cultura tradicional chinesa, como canções, dança, caligrafia, recorte de papel e exposições de vestes tradicionais estiveram incluídas no programa.(Foto:Mo Chengxiong)

O website brasileiro “Gazeta do Povo” noticiou que cada vez mais escolas nos EUA começaram a incluir o mandarim na sua oferta educativa. Em Nova Iorque, algumas escolas, públicas e privadas, oferecem cursos de mandarim para crianças a partir dos 3 anos de idade.

O Wall Street Journal refere que, desde 2012, várias famílias americanas passaram a viver na China, com o propósito de dominarem a língua. Esta moda foi acompanhada pelo pico de recrutamento de professores de chinês e de amas chinesas para apoiar no desenvolvimento de capacidades linguísticas das crianças.

Na África do Sul, o mandarim foi implementado em 2016 como parte do currículo das escolas públicas. “Esta medida irá trazer benefícios de longo prazo e ir de encontro às tendências de desenvolvimento global”, disse Sanusha Naidu, um investigador do Instituto Sul Africano para as Relações Internacionais.

No Brasil, embora os cursos de mandarim sejam ministrados quase exclusivamente em escolas de línguas, algumas instituições do ensino básico começaram a prestar atenção ao idioma. “Nos últimos anos, muitos brasileiros têm trabalhado com a China, por isso os pais começam a ver aqui uma oportunidade. Tenho reparado que cada vez mais pais brasileiros querem que seus filhos estudem chinês”, disse Lin Chun Hsein, professor do Centro Ásia, em Curitiba. 

Uma escola de matemáticas de Niterói, além do inglês, começou a lecionar aulas de mandarim no ensino médio. Esta escola enviou um grupo de estudantes à China para que estes fossem se integrassem na língua e cultura chinesas.

No que concerne ao estudo do mandarim, a dificuldade é algo que não pode ser posto de parte. Simon Bell, diretor geral da Page Executive, uma empresa de recrutamento inglesa, refere que o mandarim é “extremamente difícil”, requerendo, em média, pelo menos 2200 horas de estudo para dominar o idioma. Em termo de comparação, para ser fluente em espanhol são apenas necessárias 700 horas.

“Para falar mandarim fluente, são precisos pelo menos 3 a 4 anos passados na China. A não ser que seja muito jovem, ou que tenha gasto muito tempo a estudar, será muito difícil conseguir atingir um nível que possa ter influência na carreira pessoal”, disse Alex Berghofen, da Helex Asia, uma outra empresa de recrutamento.

Tendo em conta as circunstâncias, é recomendável que o estudo do mandarim inicie durante a infância, dado que as crianças têm mais facilidade em absorver a informação à sua volta.

“Durante as aulas, os professores podem fazer uso de elementos culturais. O ensino não tem que ser exclusivamente à base da língua”, disse Fernanda Silva Veloso, professora de línguas da Universidade Federal do Paraná.

As novas tecnologias podem também ser aplicadas ao ensino de línguas. O brasileiro Marcelo Zilberberg criou o aplicativo “Mandarin Journey” para auxiliar de forma interativa o aprendizado da língua chinesa. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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