Lisboa, 14 mar (Xinhua) -- Um fundo de compensação de 500 mil euros (619,628 dólares americanos) está sendo estabelecido nos Açores, uma região autônoma de Portugal, para incentivar os pescadores locais a abandonarem a profissão, informou o governo local nesta terça-feira.

"A intenção é permitir que as pessoas que querem sair do comércio o façam com dignidade", disse Vasco Cordeiro, presidente do governo regional dos Açores.

Vasco Cordeiro, conforme relatado pela Agência Portuguesa de Notícias Lusa, discursou no Conselho Regional de Pesca de Horta, uma cidade na ilha do Faial, uma das nove ilhas que compõem o arquipélago dos Açores, no meio do Atlântico.

A iniciativa de compensação faz parte de um pacote governamental projetado para enfrentar problemas em uma indústria considerada com pessoal excessivo e muito tradicional em seus métodos.

De acordo com uma pesquisa produzida conjuntamente por associações de pescadores locais e parceiros independentes, cerca de 550 embarcações, cerca de 60% de toda a frota pesqueira dos Açores, têm menos de 9 metros de comprimento e aproximadamente 25 anos de idade.

Esses barcos só são aptos para a pesca em pequena escala, forçando os pescadores a visitar as águas próximas onde os estoques são baixos. Idealmente, o governo gostaria que os proprietários desses barcos transferissem suas energias para uma atividade diferente.

A pesquisa também apontou uma má gestão dos recursos com muitos pescadores concentrados em certas ilhas, e outras sem pescadores suficientes.

O governo local deseja resolver esta anomalia ao introduzir novos modelos de emprego. Por assim dizer, os contratos de pesca tendem a ser informais e os rendimentos também são dependentes das quantidades capturadas.

Há também propostas para revisar a gestão das unidades populacionais de pesca, com cotas revisadas e maior vigilância.

"Quando falamos de sustentabilidade no setor pesqueiro, não podemos apenas falar sobre sustentabilidade ambiental, não podemos apenas falar sobre sustentabilidade econômica, também temos que falar sobre sustentabilidade social", disse Cordeiro.

O Conselho Regional de Pesca agora considerará as propostas do governo e reportará após um consenso ser acordado.