A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) condenou o secretário-geral da ONU, António Guterres, por apoiar as sanções contra o país, acusando-o de ser "cúmplice” dos EUA.
Discursando na Conferência de Segurança de Munique, na semana passada, Guterres elogiou o Conselho de Segurança por ter conseguido colocar, "através de sanções, uma pressão muito significativa" sobre a RPDC.
A missão da RPDC à ONU publicou uma declaração onde adjetiva as observações de Guterres como "imprudentes" e "infelizes".
"Não passa de um sofisma absurdo e inapropriado para o seu dever como secretário-geral da ONU, e só nos faz pensar que ele é um tipo de súbdito que representa os EUA", lê-se no comunicado.
A RPDC argumentou que os EUA foram responsáveis pela crise na península coreana e que os testes nucleares e de mísseis de Pyongyang eram uma forma legítima de autodefesa.
Dirigido pelos EUA, o Conselho de Segurança impôs no ano passado três novos conjuntos de sanções sobre a RPDC, visando aumentar a pressão a Pyongyang, obrigando o país a abandonar os testes nucleares e de mísseis.
Durante uma visita à Coreia do Sul neste mês, Guterres encontrou-se brevemente com o chefe de estado da RPDC, Kim Yong Nam, ao qual apelou à realização de diálogos para enfrentar a crise.
O chefe da ONU tem sido um forte defensor do descongelamento nas relações entre Pyongyang e Seul durante as Olimpíadas, o qual poderá fornecer a base para um diálogo mais amplo.
Em dezembro, Guterres enviou o chefe político da ONU, Jeffrey Feltman, a Pyongyang para reunir com os representantes do país, mas o enviado voltou sem qualquer compromisso por parte da RPDC sobre o impasse nuclear.