China convida parceiros a pesquisarem sobre “gelo combustível” no Mar do Sul da China

Fonte: Diário do Povo Online    25.01.2018 14h51

A China irá estabelecer uma base piloto no Mar do Sul da China para acelerar a industrialização do “gelo combustível”. O projeto visa estabelecer uma cooperação de longo prazo com outros países, segundo afirmaram os especialistas envolvidos na quarta-feira.

O “gelo combustível” é um hidrato de gás encontrado na tundra ou no solo oceânico que contém metano. Semelhante ao gelo, quando derretido ou despressurizado transforma-se em água e gás.

“A China irá acelerar a industrialização do hidrato de gás em 2018, reforçar a cooperação com os departamentos relevantes e promover o estabelecimento de uma base piloto na região Shenhu, no Mar do Sul da China. A China realizará ainda uma avaliação ambiental do hidrato de gás e organizará atividades de pesquisa e desenvolvimento em torno da tecnologia deste tipo de combustível”, disse Wang Yan, diretor adjunto da Pesquisa Geológica do Ministério da Terra e Recursos, numa coletiva de imprensa, na terça-feira.

A China extraiu com sucesso o hidrato de gás na região marítima de Shenhu por oito dias consecutivos desde o dia 10 de maio de 2017, provando que o país foi capaz de explorá-lo de modo estável.

O hidrato de gás foi extraído num local de testes a uma profundidade de 1,266 metros abaixo do nível do mar, distando 285 quilômetros a sudeste de Hong Kong.

Considerando as enormes reservas, as partes envolvidas na questão do Mar do Sul da China podem cooperar na exploração do hidrato de gás.

“A China poderá oferecer assistência tecnológica no processo”, disse Liu Feng, um especialista do Mar do Sul da China, em uma entrevista ao Global Times.

“Os dados dos departamentos de geologia revelam que as reservas de hidrato de gás encontradas no Mar do Sul da China podem atingir o equivalente a 70 bilhões de toneladas de petróleo. Esse tipo de combustível poderá vir a originar um novo campo de cooperação entre os países circundantes.

O hidrato de gás é constituído entre 80 até 99,9 por cento por metano e produz muito menos poluição que o carvão, petróleo e gás natural quando queimado.

Enquanto energia limpa, “o hidrato de gás pode aliviar a pressão da China na redução de emissões de carbono e ajudar na atualização das estruturas energética e econômica”, disse Lin Baoqiang, diretor do Centro Chinês para a Pesquisa de Economia Energética da Universidade de Xiamen, na província de Fujian.

A China precisa de pelo menos 10 anos para melhorar as tecnologias de exploração, vaticinou Lin. Mais pesquisas são necessárias antes da China poder realizar a sua exploração comercial e usá-lo para substituir os tradicionais combustíveis fósseis. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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