O Fundo Monetário Internacional (FMI) revisou as previsões para o crescimento da economia mundial em 2018 e 2019 para 3,9%, um aumento de 0,2 pontos percentuais em relação à previsão de outubro passado.
A Atualização da Perspetiva Econômica Mundial do FMI foi divulgada na segunda-feira, na véspera da abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça.
Na China, o crescimento deverá abrandar gradualmente, embora com uma leve revisão ascendente da previsão de 6,6% em 2018 e 6,4% em 2019. Anteriormente, o FMI previu que o crescimento da China seria de 6,5% em 2018.
O crescimento foi observado na Europa, Ásia e América do Norte, com um melhor desempenho registrado também em alguns dos mercados emergentes, nomeadamente o Brasil e a Rússia. Por outro lado, o Oriente Médio e a África subsariana testemunharam resultados contrários.
Apesar da aceleração da economia mundial, não é expectável que o impulso econômico atual se prolongue por um longo período, pois as dívidas públicas são muito mais altas e as economias avançadas têm sido influenciadas por estabelecimentos políticos, alertou o FMI.
Maurice Obstfeld, Conselheiro Econômico e Diretor de Pesquisa do FMI falou em uma conferência de imprensa sobre a Atualização da Perspetiva Econômica Mundial em Davos, Suíça, a 22 de janeiro de 2018.
"A recuperação atual não surgiu por acaso. Começou em meados de 2016 e deve muito às políticas macroeconômicas acomodatícias", afirmou Maurice Obstfeld, Conselheiro Econômico e Diretor de Pesquisa do FMI em conferência de imprensa em Davos.
A política monetária tem sido acomodatícia nas maiores economias, o que significa condições financeiras fáceis, explicou. A Reserva Federal dos Estados Unidos tem tido cuidado com o aumento contínuo das taxas de juros, e o Banco Central Europeu diminuiu a compras de ativos em larga escala.
A política fiscal nas economias avançadas tornou-se mais ou menos neutra ao longo dos últimos anos, e a China tem oferecido apoio fiscal considerável, com importantes repercussões positivas para os seus parceiros comerciais.
A recuperação atual é bem-vinda, mas é improvável que se torne uma "nova normalidade" e, provavelmente, enfrentará riscos crescentes a médio prazo, em parte devido a "um legado de dívida - governamental e, em alguns casos, corporativa e doméstica - em economias avançadas e emergentes", afirmou o FMI.
"A China irá simultaneamente reduzir o estímulo fiscal dos últimos dois anos e ... impulsionará o crescimento do crédito para fortalecer o seu sistema financeiro. O processo de reequilíbrio, necessário e em andamento, implica um menor crescimento futuro", acrescentou Obstfeld.
Embora a recente legislação tributária dos EUA ofereça incentivos temporários de investimento excecionais, esta testemunhará um crescimento mais lento a longo prazo, "à medida que os incentivos de gastos temporários caducam e o aumento da dívida federal cobrará uma taxa ao longo do tempo", observou Obstfeld.