“O Chile é considerado um bom portal para as empresas chinesas acederem ao mercado latino-americano”, disse Carlos Alvarez, diretor da agência governamental “Invest Chile”, abordando a alteração da tendência de investimento chinês no país e na região.
“As empresas chinesas estão diversificando o seu interesse na economia chilena”.
No Chile, isso significa investimento em energia e projetos de infraestrutura, comércio de cobre, frutas, vinho e serviços financeiros. O Chile é um dos poucos países nesta região que não tem um défice comercial com a China.
A Invest Chile irá abrir um novo escritório em Shanghai este ano, por forma a alimentar mais este relacionamento. Contudo, em termos gerais, a China tem demonstrado cada vez mais estar interessada na região da América Latina e Caribe, como o Fórum China-CELAC o demonstrou na segunda-feira.
Este foi o primeiro encontro ministerial realizado na América Latina, o primeiro teve lugar em Beijing em 2015. Os ministros concordaram em três áreas-chave. A primeira foi um compromisso com o multilateralismo e a rejeição do protecionismo crescente.
O segundo consenso foi no caminho rumo à cooperação, que inclui projetos de infraestrutura e se desenrola até 2021. Houve também discussões para definir como a América Latina e o Caribe poderão tomar parte da iniciativa do Cinturão e Rota.
Existem conversações em torno da possibilidade de cabos de fibra ótica atravessarem o Pacífico para melhorar a conectividade. “Tal como no resto do mundo, os chilenos compram cada vez mais produtos da China através do celular”, disse o chanceler chileno, Heraldo Muñoz, que sublinhou a importância de acrescentar conexões digitais à terra, mar e ar.
Nas últimas semanas no Chile, um consórcio sino-chileno propôs também um elo de alta-velocidade entre a capital Santiago e a cidade portuária de Valparaíso, projeto com um custo estimado de 1.6 bilhões de dólares. Porém, vários analistas sugerem seria mais necessária uma infraestrutura regional capaz de dar apoio ao desenvolvimento das economias.
Existem projetos em curso, tais como o túnel sob os Andes, entre a Argentina e o Chile, mas vários observadores concordam que mais projetos são requeridos para que a economia desta região se desenvolva.
Ambas as partes do Fórum China-CELAC concordaram no objetivo partilhado de aumento do investimento, comércio e cooperação. “A China disse algo muito importante”, destacou o chanceler chileno, “que a sua intenção é se tornar o parceiro mais confiável da América Latina e do Caribe”.