BEIJING, 28 de dez (Diário do Povo Online) - Em 2017, as economias latino-americanas demonstraram sinais de recuperação e crescimento, em parte graças ao seu maior foco no oriente, buscando sinergias em planos de desenvolvimento com a China, que tem procurado manter o diálogo e a cooperação comercial com a região, em meio à crescente ameaça do protecionismo e isolacionismo.
Desenvolvento de sinergias
Um relatório do Banco Inter-Americano de Desenvolvimento refere que em 2017 as exportações da América Latina e do Caribe irão registrar um aumento total de 13%, graças a um maior fluxo com destino à China.
O aumento reflete um acréscimo de 30% nas exportações para a China, no seguimento da recuperação do preço das matérias-primas e de uma maior demanda, refere o relatório.
Atualmente, a China é um dos principais parceiros de negócios e uma importante fonte de investimento para a América Latina, tendo vários dos países locais procurado estabelecer sinergias em estratégias de desenvolvimento.
A estrutura econômica relativamente unitária da região e a sua carência de infraestruturas têm assistido a melhorias, devido às interações com a China.
A iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China, visando o melhoramento infraestrutural, o comércio e o intercâmbio interpessoal entre a Ásia, Europa e África, tem sido bem recebida pela América Latina.
A região tornar-se-á uma extensão natural da Rota Marítima da Seda do Sec. XXI, sendo um complemento ao Cinturão Econômico da Rota da Seda.
Em maio, a presidente chilena, Michelle Bachelet e o presidente argentino Mauricio Macri viajaram à China para tomar parte do Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional em Beijing.
Várias empresas chinesas construíram usinas hidrelétricas e projetos solares, instalaram redes de transmissão de alta-voltagem e erigiram autoestradas e pontes na América Latina.
Trens, veículos, ônibus elétricos, celulares e ares-condicionados manufaturados na China, serviços de vendas online oferecidos por firmas chinesas, bem como produtos de uso diário fabricados na China têm facilitado o dia-a-dia dos povos da América Latina.
Um relatório do Pew Research Center datado de agosto refere que os latino-americanos, especialmente mexicanos, chilenos, peruanos e argentines têm uma impressão mais favorável da China.
Atualmente, a região conta com 39 Institutos Confúcio e Salas de Aula Confúcio em 20 países, difundindo a língua e cultura chinesas. O idioma chinês é ensinado em várias escolas do Brasil, Chile e Costa Rica, acompanhando o crescente interesse verificado na região.
Técnicas de medicina chinesa, como a acupuntura, pintura e caligrafia são apenas alguns dos traços identitários da China cada vez mais populares no continente americano, sendo um indicador que o estreitamento de laços transpõe a dimensão econômica.