Donald Trump assinou na segunda-feira a primeira diretiva política espacial da sua administração, comandando formalmente a agência espacial norte-americana a enviar astronautas de volta à lua e, eventualmente, a Marte.
“Desta vez, não iremos apenas colocar a nossa bandeira e deixar a nossa pegada”, afiançou Trump durante uma cerimônia na Casa Branca.
“Iremos estabelecer as bases para uma missão eventual a Marte, e, talvez, um dia, a outros planetas”, disse.
Trump não anunciou qualquer data específica durante o seu discurso de 4 minutos.
A Diretiva de Política Espacial 1, como foi denominada, foi baseada em recomendações do Conselho Nacional Espacial, restabelecido sob ordens de Trump em junho para aconselhar e ajudar a implementar a sua política espacial com a exploração enquanto prioridade nacional.
O conselho foi criado primeiramente em 1989 durante a administração do Presidente George H.W. Bush, mas dissolvido mais tarde, em 1993, por Bill Clinton.
O conselho voltaria ao ativo com George W. Bush, cujo programa “Constelação”, visava o regresso de astronautas à lua em 2020 e, mais tarde, a Marte.
No entanto, o projeto Constelação foi cancelado em 2010 pelo então Presidente Barack Obama, sob pretexto que os americanos “já lá estiveram antes” e que “não há muito mais espaço para explorar”.
Em vez disso, Obama disse que os EUA deveriam começar a enviar astronautas a um asteroide — um plano controverso, conhecido como Missão de Redireccionamento Asteroide foi então criado, para mais tarde ter sido rejeitado, no início deste ano, pela administração Trump.
“Desde o início da sua administração, o Presidente Trump tem dado passos no sentido de devolver à NASA o foco da sua missão de exploração espacial”, disse o secretário de imprensa da Casa Branca, Hogan Gidley, durante um comunicado na segunda-feira de manhã.
“Ele alterará a política de voos espaciais tripulados da nossa nação para ajudar a América a se tornar uma força motriz da indústria espacial, a ganhar novos conhecimentos do cosmos, e a promover novas tecnologias”, disse Gidley.
Tanto Trump como Mike Pence, que lidera o Conselho Nacional Espacial, demonstraram repetidamente o seu interesse em missões tripuladas lunares durante este ano.
A cerimônia de segunda-feira coincidiu com o 45º aniversário da missão Apollo 17, a última vez que o ser humano andou na lua. O último astronauta vivo da missão, Harrison “Jack” Schmitt, esteve também presente no evento da Casa Branca.
Durante o seu discurso sobre o momento que Schmitt pisou a superfície lunar, a 11 de setembro de 1972, Trump saudou o membro da Apollo 17, dizendo: “hoje, juramos que ele não será o último [a pisar a lua]”.
De seguida, Trump perguntou: “Suspeito que iremos encontrar outros sítios para aterrar além da lua. Que lhe parece, Jack?”.
“Sim, devemos fazê-lo. Aprender com a lua”, respondeu o ex-astronauta.