CDU de Merkel e presidente Steinmeier fazem apelo para evitar eleições alemãs

Fonte: Diário do Povo Online    22.11.2017 10h24

BERLIM, 21 de nov (Diário do Povo Online)- A União Democrata Cristã (CDU, na sigla alemã) de Angela Merkel e o presidente Frank-Walter Steinmeier apelaram ontem aos partidos alemães que assumam a responsabilidade em relação aos eleitores e evitem uma nova eleição federal.

O político afiliado à CDU e o chefe de gabinete alemão da Chancelaria, Peter Altmaier, rejeitou os apelos para formar um governo minoritário ou realizar reeleições após o colapso das negociações da coligação "Jamaica", depois de nenhum partido ter ganho a maioria geral nas eleições de 24 de setembro.

"Não podemos simplesmente ir embora e esconder-nos nos arbustos após uma eleição", disse Altmaier à emissora pública ZDF. Os comentários foram amplamente interpretados pela mídia como uma “facada” no Partido Democrático Livre (FDP) que desencadeou o colapso das negociações oficiais na noite de domingo.

Como consequência, a Alemanha encontra-se agora em meio a uma crise política, pois carece de uma maioria legislativa para formar o próximo governo do país.

Um cenário de novas eleições poderia custar até 92 milhões de euros, com base no custo da última pesquisa nacional em setembro, de acordo com as estimativas do jornal Spiegel.

O presidente alemão Frank-Walter Steinmeier também se opôs às reeleições imediatas e, em vez disso, exortou as partes a assumirem a responsabilidade de formar um governo. Steinmeier lembrou as fações políticas representadas no novo Parlamento Federal, incluindo o seu próprio Partido Social Democrata Alemão (SPD), que são obrigados a promover o bem comum.

Steinmeier entrou e saiu de várias conversações urgentes com os representantes do partido nos últimos dois dias, com o objetivo de superar o impasse atual. No entanto, o SPD reiterou uma vez mais, na terça-feira, que não estava disponível para formar outra "Grande Coligação" com a CDU e CSU.

A líder da fação parlamentar do SPD, Andrea Nahles, disse também na ZDF que era Merkel, e não o seu partido, que tinha o mandato de formar um governo.

Nahles acrescentou que o SPD não "evitaria" as reeleições, embora também tenha apelado aos restantes integrantes da "Jamaica" a não impor demasiada pressão sobre si mesmos, em termos de limites de tempo, visando procurar resolver a situação.

Ao mesmo tempo que a situação atual é descrita como "muito difícil", a representante do SPD recusou falar em "crise".

A este respeito, Nahles foi apoiada pelo presidente do Parlamento, Wolfgang Schaeuble, que disse que a situação atual era um "teste, mas não uma crise de Estado".

Schaeuble instou ainda as partes alemãs a se comprometerem a formar um governo estável.

"Todos compartilhamos a responsabilidade pelo nosso país", afirmou o político da CDU durante a segunda sessão do Parlamento Federal desde a sua constituição, acrescentando que esta responsabilidade se estendeu para a Europa e para o mundo, o que implica que a Alemanha atue como um fator estabilizador.

"É claro que devemos governar", acrescentou Schaeuble. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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