Brasília, 21 out (Xinhua) -- O presidente Michel Temer exonerou nesta sexta-feira a seus oito ministros com mandato de deputado para que regressem à Câmara e votem na próxima quarta-feira a seu favor contra a denúncia por obstrução de justiça e associação criminosa feita pela Procuradoria Geral da República.

O governo brasileiro publicou no Diário Oficial a exoneração dos ministros Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo), Leonardo Picciani (Esportes), Ronaldo Nogueira (Trabalho), Sarney Filho (Meio Ambiente), Marx Beltrão (Turismo), Maurício Quintella Lessa (Transportes), Mendonça Filho (Educação ) e Bruno Cavalcanti (Cidades).

O plenário da Câmara dos Deputados decidirá na quarta-feira se a denúncia apresentada contra Temer e dois de seus ministros, Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaría Geral) - acusados junto com Temer de integrar uma organização criminosa para recebimento de propinas - deverá prosseguir ou ser arquivada.

A denúncia é a segunda apresentada pela Procuradoria contra o presidente. A primeira, por acusação de corrupção passiva, foi rejeitada pela Câmara dos Deputados em agosto passado.

Como aconteceu com a primeira, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) deu um parecer na última quarta-feira contra a denúncia, aprovado pela maioria dos seus integrantes.

A expectativa para a semana que vem é a de que Temer, que tem recebido deputados aliados no palácio do Planalto para escutar suas reivindicações, terá de novo o apoio da maioria dos parlamentares.

Para que o processo seja encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, a oposição necessita contar com 342 votos, equivalentes a dois terços da Câmara.