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Oásis na economia financeira mundial

Fonte: Diário do Povo Online    27.09.2017 16h31
Oásis na economia financeira mundial

Por Marcos de Oliveira

Quem desembarca no recém-ampliado e modernizado aeroporto de Dunhuang, província de Gansu, noroeste da China, nota uma estrutura preparada para receber o crescente fluxo de turistas e muito mais. As amplas estradas que ligam o aeroporto à cidade de pouco menos de 200 mil habitantes mostram uma capacidade muito superior ao movimento atual. Às margens das amplas avenidas, o deserto é pacientemente domado: pequenos lotes de terrenos vão sendo cercados com árvores para barrar o vento e a areia, e no interior nasce o verde, inclusive muitas flores. A história de Dunhuang remonta a cerca de 2000 a.C. Seu passado está ligado à Rota da Seda, fantástico fluxo comercial e cultural que ligava Ásia à Europa. O oásis fica na confluência dos dois principais caminhos que vinham do Oeste, atravessando o deserto de Taklamakan, na ponta ocidental de outro deserto, o de Gobi. Era a primeira cidade da China a receber os viajantes. O seu futuro está ligado à proposta chinesa para reativar a economia mundial, a iniciativa Cinturão e Rota, ou a nova Rota da Seda.

Dunhuang recebeu na semana passada o Fórum de Cooperação dos Meios de Comunicação Um Cinturão e Uma Rota 2017. Organizado pelo Diário do Povo, pelo Comitê Provincial do PCCh em Gansu e pelo governo provincial de Gansu, o fórum contou com a participação de cerca de 300 representantes de 265 meios de comunicação, provenientes de 126 países e organizações internacionais. Da língua portuguesa estiveram presentes a Agência Lusa (Portugal), o Portal Vermelho (Brasil), a Radiotelevisão Caboverdiana, o jornal angolano O País e o moçambicano Jornal Notícias. Este colunista representou o MONITOR MERCANTIL.

A iniciativa Cinturão e Rota foi proposta pela China em 2013. Quatro anos depois, mostra sinais concretos. Segundo dados do Ministério do Comércio da China, entre janeiro e março deste ano, as empresas chinesas investiram US$ 2,95 bilhões nos 43 países ao longo do Cinturão e Rota. Desde 2013, a China investiu mais de US$ 50 bilhões nestes países. É o eixo central sob o qual se apoiará a China para a promoção do seu desenvolvimento e a intensificação de suas relações e interações com os outros países, visando a estimular a economia global, que sofre uma acentuada desaceleração desde a crise financeira de 2008. É a alternativa apresentada para estimular a economia real e deixar para trás a preponderância do jogo financeiro internacional.

Em palestra no Fórum, Zheng Bijian, ideólogo do projeto de ascensão pacífica da China a grande potência mundial, apresentou a iniciativa como um momento de virada. Aos 85 anos, o conselheiro dos líderes do PC chinês ressaltou que o conceito é a cooperação para alcançar a nova globalização – que não se confunde com a liberalização dos fluxos financeiros e restrição do poder dos Estados, bases da globalização anglo-saxã que levou o mundo a sucessivas crises e a um beco – para o qual a China propõe uma saída.

 

Fonte: Monitor Mercantil

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