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Merkel conquista quarto mandato mas extrema-direita surpreende com votação histórica

Fonte: Diário do Povo Online    25.09.2017 13h18

A líder da União Democrata Cristã (CDU, na sigla inglesa) e Chanceler alemã Angela Merkel reage aos primeiros resultados das eleições alemãs em Berlim, a 24 de setembro de 2017.

BERLIM, 25 de set (Diário do Povo Online) - A chanceler alemã, Angela Merkel, conquistou ontem o quarto mandato, contudo, o líder europeu mais poderoso terá que governar com uma coligação menos estável de um parlamento fracionado, graças ao apoio dos conservadores à extrema-direita.

Dois anos depois de Merkel abrir as fronteiras alemãs a mais de 1 milhão de migrantes, a alternativa anti-imigração para a Alemanha (AfD) surpreendeu o sistema ao se tornar o primeiro partido de extrema-direita a entrar no parlamento em mais de meio século.

O AfD recebeu 13,0% dos votos - mais do que o esperado, e um dos vários choques em uma noite de drama, na qual os conservadores de Merkel obtiveram o pior resultado desde 1949, e o rival Partido Social Democrata (SPD) o seu pior valor desde 1933.

Descrevendo o sucesso da extrema-direita como um teste para os alemães, Merkel insistiu que tem um mandato para governar - um desafio extraordinário, visto não ter outra opção que não seja a coligação tripartidária com um grupo a favor dos negócios e os Verdes.

"Claro que esperávamos um resultado um pouco melhor", declarou Merkel, depois da revelação da queda para 32,9% dos votos - abaixo dos 41,5% nas últimas eleições de 2013.

O euro caiu cerca de 0,4%, uma vez que ficou claro que os resultados levariam à formação de uma coligação complicada para Merkel.

A construção da coligação poderá demorar meses, pois o único caminho direto de Merkel para uma maioria no parlamento seria um vínculo tripartidário com os Democratas Livres Liberais (FDP) e os Verdes - um acordo não testado a nível nacional.

Os sociais-democratas, parceiros de Merkel em uma "grande coligação" nos últimos quatro anos, obtiveram apenas 20,6% dos votos, já que quase metade dos eleitores rejeitaram as duas partes que dominaram a Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial.

O líder do SPD, Martin Schulz, disse que o partido se recusaria a se juntar a uma coligação e, em vez disso, assumiu a posição de principal oposição.

Filha de um pastor que cresceu na Alemanha Oriental, Merkel desempenhou um importante papel como âncora estabilizadora da Europa e outros territórios. Merkel enfrenta agora uma situação instável no país, pois terá de formar uma coligação, um processo árduo que poderá demorar meses. 

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