“Já dei um grande número de entrevistas ao Renminribao (Diário do Povo),” disse Terry Crossman, com um sorriso na cara, durante uma conversa por Wechat com um amigo. “Na próxima semana darei entrevistas à CCTV, Zhejiang TV e até à BBC.”
Crossman é um cidadão norte-americano de 62 anos de idade, que se auto-descreve como um “real cavalheiro de Beijing”, após ter vivido na capital chinesa por 22 anos.
Ele se tornou uma “celebridade online”, depois do vídeo em que pede para ser um “Xicheng Dama” se ter tornado viral.
“Xicheng Dama” refere-se a um grupo de voluntários que “patrulham” o distrito de Xicheng, no centro de Beijing, atuando em prol do reforço da segurança pública. Cerca de 70% dos membros são femininos e com idades entre 58 e 65 anos.
“ ‘Dama’ significa tia, devido à maioria dos voluntários serem mulheres. Sou um ‘Xicheng Daye’, que significa um ‘tio atuando como voluntário no distrito de Xicheng’”, disse Crossman, em mandarim fluente com sotaque de Beijing. Ele domina também o cantonês com fluência, tendo em conta que trabalhou em Hong Kong por 12 anos como um caçador de empregos (headhunter) antes de se mudar para Beijing.
Ele adora a cultura dos “hutongs”(bairros antigos) de Beijing e viveu aqui por 22 anos.
Atualmente, ensina inglês e chinês àqueles que se interessam pela imersão cultural. Sem trabalho em Beijing, Crossman permanece na cidade com visto de estudante, que terminará a 8 de setembro.
“Tenho recebido ofertas de várias empresas, mas ainda não assinei nenhum contrato,” afirmou Crossman. “É complicado não existir um visto especial para aposentados. Vou tentar continuar em Beijing.”
Crossman disse que a sua fama como ‘Xicheng Dama’ estrangeiro é apenas temporária, sendo que eventualmente irá desvanecer. Já a sua paixão por Beijing e pela cultura chinesa, refere, será intemporal.