As previsões mais recentes apontam que, em 10 anos, a China será a primeira sociedade a não recorrer ao dinheiro físico no mundo. Novos apelos estão a ser feitos no sentido de que seja criada uma legislação consentânea com as necessidades de segurança do novo paradigma.
(imagem)Um cliente paga a refeição com o telefone, através do Alipay, uma das principais plataformas chinesas de pagamentos móveis, em um restaurante em Beijing, a 14 de abril de 2016.
O "Dia sem Dinheiro Físico", que cumpriu já a sua terceira edição, foi proposto em 2015 pela Tencent, que administra um serviço de pagamentos através do seu aplicativo WeChat.
Na tentativa de promover esta atividade, a Tencent argumenta que um estilo de vida sem dinheiro físico não só é mais inteligente, como também mais conveniente, higiênico e amigo do ambiente.
O uso de dinheiro papel-moeda como forma de pagamento tem vindo a diminuir na China. Um relatório recente do Centro de Informações da Rede de Internet da China demonstra que, desde dezembro de 2016, 50,3% de todos os pagamentos feitos em estabelecimentos comerciais foram realizados com recurso a dispositivos móveis.
No entanto, a tendência crescente em favor dos pagamentos online veio a acarretar também preocupações quanto à segurança, incluindo potenciais invasões de privacidade, risco de roubo de identidade ou mesmo de fundos pessoais.
Os especialistas, citados pelo Legal Daily, preveem que o governo chinês venha a ser obrigado a garantir um ambiente de pagamento seguro através da criação uma nova legislação.
"Estudos legislativos relacionados com uma sociedade sem dinheiro vão ser um tema importante nos próximos anos", disse Zhu Wei, vice-diretor do Centro de Pesquisa sobre Leis de Comunicação da Universidade de Ciência Política e Direito da China.