O chanceler chinês Wang Yi exortou o Japão na segunda-feira a apostar no diálogo e na demonstração das suas intenções positivas no melhoramento dos laços com a China.
Enquanto vizinhos, o impasse entre a China e o Japão não é do interesse de nenhuma das partes, bem como não irá beneficiar a paz e estabilidade regionais, disse Wang, durante um encontro com Taro Kono, que recentemente substituiu Fumio Kishida na pasta das Relações Exteriores nipónica.
Wang explicou também a posição chinesa na questão do Mar do Sul da China, urgindo o Japão a respeitar o facto de que a situação estabilizou e a respeitar os esforços postos em prática pela China e pelos membros da ASEAN a esse respeito.
Wang pediu ainda ao Japão para desempenhar um papel mais construtivo para garantir a paz e estabilidade regionais, em vez de seguir o exemplo de outros países e instigar à desordem.
O chanceler chinês referiu que as dificuldades entre a China e o Japão em anos recentes poderão ser mitigadas no caso do Japão demonstrar uma vontade sincera em considerar a China um parceiro de cooperação e aceitar o seu desenvolvimento e crescimento. Como tal, não deverá contrariar as intenções demonstradas, ao pôr mais tarde em causa os seus compromissos.
Wang demonstrou respeito à figura do pai do atual chanceler japonês, Yohei Kono, descrevendo-o como um estadista com “consciência histórica” e “personalidade independente”, dedicado à promoção da amizade entre a China e o Japão.
Yohei Kono foi também o protagonista de um comunicado governamental alusivo às “mulheres de conforto”, em 1993, no qual refere, como resultado de uma investigação, que várias mulheres trabalharam de modo forçado em bordéis operados pelo exército japonês na Segunda Guerra Mundial.
Wang Yi disse esperar que Taro Kono possa herdar a ideologia “correta” do seu pai e mover diligências para melhorar os laços sino-japoneses durante o período no qual ocupará o cargo de chanceler.
Por seu turno, Kono afirmou que o Japão atribui importância à China.
Trabalhando juntos, o Japão e a China poderão garantir contributos significativos para o rejuvenescimento asiático e mundial, afirmou.
Por ocasião das comemorações dos 45 anos da normalização das relações diplomáticas entre o Japão e a China, Kono disse esperar que os dois países possam aumentar o intercâmbio, dar seguimento ao diálogo, incrementar o entendimento mútuo e melhorar constantemente as relações. Todos estes, segundo Kono, são parâmetros pelos quais irá pugnar.