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Comentário: Reflexão verdadeira é a única forma de prevenir novas tragédias de guerra

Fonte: Xinhua    08.08.2017 09h03

Tóquio, 8 ago (Xinhua) -- Enquanto o Japão relembra mais uma vez o ataque de Hiroshima, que marca o aniversário do bombardeio atômico em 1945, o que deve ser lembrado sempre é que a verdadeira reflexão sobre a história é a única maneira de evitar a repetição de tais tragédias de guerra.

Duas bombas atômicas foram lançadas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki há 72 anos. Vários dias depois, no dia 15 de agosto, o Japão anunciou sua rendição incondicional às forças aliadas, pondo fim à Segunda Guerra Mundial.

Embora seja dada total simpatia às vidas inocentes perdidas com os ataques nucleares à Hiroshima e Nagasaki, deve-se notar que a causa fundamental de tais tragédias reside na iniciativa japonesa da guerra invasiva.

Milhões de vidas inocentes foram massacradas e cidades e aldeias saqueadas por soldados japoneses durante a guerra agressiva do Japão contra a China e outros países asiáticos. Em Nanjing, a capital chinesa à época, os invasores militares japoneses mataram brutalmente cerca de 300 mil civis chineses e soldados desarmados após a captura da cidade em 1937.

As grinaldas, as lágrimas e os serviços memoriais solenes que vimos em Hiroshima hoje, não devem, de modo algum, ignorar o fato de que a cidade atuou como a base mais importante do Japão para fábricas de munições e quartéis durante a Segunda Guerra Mundial.

Enquanto o Japão relembra seus mortos de guerra, incluindo aqueles mortos nos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki, também é importante para a nação refletir sobre o que causou a perda das vidas em primeiro lugar e como evitar tragédias semelhantes.

O que o Japão fez até agora tem sido decepcionante para muitos. O massacre de Nanjing, por exemplo, como muitas outras atrocidades de guerra, agora é apenas um "incidente" nos livros didáticos japoneses.

Além disso, o premiê japonês Shinzo Abe disse que era "desnecessário" que os jovens japoneses continuassem se desculpando no futuro. O próprio Abe tem tentado rever a Constituição pacifista.

Em uma cerimônia memorial realizada no domingo em Hiroshima, Abe mais uma vez destacou os sofrimentos do Japão como o único país que sofreu bombardeios atômicos na guerra, mas evitou mencionar a verdadeira causa das tragédias de Hiroshima ou os sofrimentos que o Japão havia infligido a outras nações durante a guerra.

O Japão tem tentado minimizar seu papel de agressor e se retratar como uma vítima. Mas o fato de que isso deve ser consciente é que, apenas enfrentando o passado e refletindo plenamente sobre os crimes de guerra, poderá recuperar a confiança entre seus vizinhos e preservar a paz e a estabilidade.

A melhor maneira de lembrar os mortos é aprender com a história e prevenir a recorrência das tragédias de guerra. Aparentemente, o Japão ainda tem muito trabalho a fazer.

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