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Opinião: China e EUA devem cooperar de mãos dadas

Fonte: Diário do Povo Online    23.06.2017 14h50

Por Su Xiaohui

A primeira rodada do Diálogo de Diplomacia e Segurança China-EUA foi realizada em Washington, a 21 de junho, horário local.

O diálogo reflete uma interação positiva entre as duas potências. Em abril passado, durante o encontro do presidente Xi Jinping com o seu homólogo americano, Donald Trump, no clube Mar-a-Lago, nos EUA, os dois países anunciaram o estabelecimento de quatro mecanismos de diálogo de alto nível, incluindo diplomacia, economia integral, execução de lei e segurança cibernética, sociedade e interação interpressoal.

Os diálogos supracitados consistem em um complemento adicional para o intercâmbio e consultas entre os dois países. Com a finalização da primeira rodada de diálogos, os dois países esperam realizar os restantes três no ano corrente.

O diálogo de diplomacia e segurança trata-se de um “acerto de relógio estratégico”. Menos de seis meses após a tomada de posse do presidente Trump, as relações sino-americanas continuam atravessando um período de reajustamento, acompanhado por uma “vox populi” da comunidade internacional que não vê com bons olhos o futuro dos laços sino-americanos.

Após o encontro no clube Mar-a-Lago em abril, os dois chefes de Estado se reunirão na Cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha, e o presidente Trump planeja realizar uma visita de Estado à China no segundo semestre do ano.

Neste sentido, é muito importante conhecer mutuamente a intenção estratégica um do outro para estabilizar os laços bilaterais. No diálogo de diplomacia e segurança, a China transmitiu um sinal positivo, esclarecendo que a sua intenção estratégica é salvaguardar a soberania, segurança e interesses de desenvolvimento, concretizar a meta dos “Dois Centenários” e o sonho chinês de grande revitalização nacional.

Em resposta, os EUA afirmaram estarem cientes do desenvolvimento contínuo e rápido da China e não terem nenhuma intenção de enfraquecer esta, desejando reforçar a cooperação e desenvolver relações construtivas de longo prazo com a China.

Concomitantemente, os dois países entenderam que é um fenômeno comum existirem contradições e problemas entre as duas potências, os quais são diferenciados no sistema político, método de desenvolvimento, cultura, sociedade, entre outros. A solução-chave passa por controlar essas divergências, segundo coincidiram as duas partes.

A China enfatizou o respeito mútuo pelos sistemas políticos, rotas de desenvolvimento, soberania, integridade territorial e interesses de desenvolvimento. Além disso, o país asiático delineou ainda uma “linha vermelha” nas questões relacionadas com Taiwan e o Tibete, por forma que os EUA não prejudiquem as relações bilaterais devido a malentendidos.

Não somente a nível bilateral, a China e os Estados Unidos trocaram opiniões sobre assuntos regionais e internacionais. A China explicou aos EUA a sua proposta para a resolução da questão nuclear da Península Coreana, defendendo que esta seja solucionada pela via do diálogo.

A China reiterou a sua posição de se opor à instalação do sistema antimíssil THAAD na Coreia do Sul por parte do exército americano, instando à sua suspensão e retirada do aparelho do solo coreano.

Em relação ao Mar do Sul da China, a China pediu aos Estados Unidos que não prejudicassem a paz e estabilidade da região.

Os dois países ainda discutiram a possibilidade de realizar cooperação nas questões da luta contra o terrorismo, no Oriente Médio e Afeganistão, entre outras.

Ambas as partes concordaram que o diálogo diplomático e de segurança seja construtivo e frutífero, e que no mundo complexo dos dias de hoje, a China e os EUA devem cooperar de mãos dadas.

 

(A autora é a vice-diretora da Estratégia Internacional do Instituto de Estudos Internacionais da China) 

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