Português>>Opinião

Especial: Estudantes estrangeiros são apaixonados pela China antiga e moderna

Fonte: Xinhua    06.06.2017 13h15

Beijing, 6 jun (Xinhua) -- Bai Ying é o nome chinês de Tamara Bernal, uma estudante equatoriana na China. A jovem de 26 anos estuda tradução e interpretação de espanhol para chinês em um curso de pós-graduação.

Como uma das quatro civilizações antigas, a China tem atraído com sua imensa cultura tradicional, um grande número de estudantes estrangeiros para estudar e realizar seus sonhos chineses. Bai é um deles. No entanto, talvez ela não saiba que há mais de 1.000 anos, a China já era um destino comum para estudantes estrangeiros.

"PRAZER DE TER AMIGOS INTERESSADOS"

A origem do conceito de estudantes estrangeiros está relacionada ao Japão. Durante as dinastias Sui e Tang (220-907 d.C.), a China, com economia desenvolvida e poderosa força nacional, foi o centro econômico, político e cultural da Ásia.

Desde o início da Dinastia Sui, a China começou a receber um grande número de estudantes estrangeiros. Durante a Dinastia Tang, uma série de estudantes estrangeiros de países como Japão, Annam (atual Vietnã), Goryeo (atual Coreia), o Reino de Baekje e o Reino de Silla, foram enviados para a China. Também foram despachados emissários e monges.

O Japão, em particular, enviou o maior número de estudantes para a China naquela época. Durante esse período, o Japão estava passando por uma etapa decisiva em sua reforma e mandou muitos estudantes à China para aprender seus sistemas, culturas avançadas, bem como códigos e livros das Dinastias Sui e Tang.

Além dos enviados, também vieram para a China marinheiros, artesãos e monges. Entre os monges japoneses que estudaram na China, vale a pena mencionar Abe No Nakamaro.

Nascido em uma família envolvida com a política, ele era inteligente, talentoso e estudioso, desde criança. Em 717, Abe, com menos de 20 anos, foi selecionado para estudar na China, devido à sua excelente aprendizagem da língua chinesa. Depois de chegar a Chang'an, então capital da China, obteve permissão especial para estudar na Academia Imperial, a mais alta instituição educacional.

Depois de anos de estudo assíduo, o talentoso Abe conseguiu o título jinshi nos exames imperiais chineses, que era essencial para a candidatura de funcionários do estado. Com um nome chinês de Chao Heng, Abe foi altamente apreciado pela corte imperial por sua habilidade e integridade política, assim como desempenho literário brilhante.

Ele também foi um excelente poeta. Com várias pesquisas em poesia, ele não só escreveu poemas, mas também manteve contato próximo com proeminentes poetas como Li Bai e Wang Wei. Em 770, Abe faleceu em Chang'an. Ele foi amplamente reconhecido por gerações posteriores por fazer contribuições para divulgar a civilização da Dinastia Tang, e promover a amizade entre a China e o Japão.

Além de Abe, houve também outros estudantes japoneses que desempenharam um papel importante no desenvolvimento das relações com o Japão-China, exercendo grande influência sobre a política, economia, língua, religião entre outros assuntos. Eles também contribuíram para a propagação da cultura Tang.

APRENDER COM ESTRANGEIROS PARA SUPERÁ-LOS

Durante meados do século XIX, devido à sua política de portas fechadas, a Dinastia Qing não conseguiu acompanhar o rápido ritmo de desenvolvimento dos países ocidentais, impulsionados pela revolução industrial, e assim sofreu uma série amarga e inesquecível de humilhação nacional.

Para resistir à invasão das potências ocidentais, um grupo de oficiais e estudiosos apresentou o slogan de "aprender com os estrangeiros para derrotá-los". Para eles, era imperativo reconhecer o fato de que a China estava atrasada, e deveria aprender as tecnologias avançadas dos países ocidentais.

Apesar de ferozes debates, o primeiro lote de estudantes chineses despachados pela corte imperial chegou aos Estados Unidos. De 1872 a 1875, o governo Qing enviou quatro lotes de um total de 120 estudantes, cuja idade média era de cerca de 12 anos. As gerações posteriores chamaram-nos de "crianças que estudam no exterior".

Após chegar nos Estados Unidos, os alunos logo se adaptaram ao estilo de vida americano. Devido a obstrução das forças conservadoras no governo de Qing, o programa de estudo originalmente planejado de 15 anos foi cancelado, e todos os estudantes chineses no exterior foram repatriados.

De volta à China, sofreram muito sarcasmo. No entanto, essas experiências não chegaram a frustrá-los, e eles mais tarde se tornaram pilares em diferentes atividades.

Entre eles, Zhan Tianyou foi saudado como o "pai das estradas de ferro chinesas." Ele foi o engenheiro-chefe responsável pela construção da estrada de ferro de Pequim-Kalgan, ainda em uso até hoje.

Tang Shaoyi serviu como primeiro-ministro da República da China em 1912. Tang Guoan tornou-se o primeiro presidente da Universidade Tsinghua em 1912.

As outras "crianças que estudam no exterior" também mostraram seus talentos em vários campos, incluindo diplomacia, telecomunicações, educação e indústria de mineração.

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar: