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Cinturão e Rota representa nova oportunidade para a comunidade internacional, diz jornalista paquistanês

Fonte: Diário do Povo Online    13.05.2017 09h17

Por Andreia Carvalho

A iniciativa “Um Cinturão e Uma Rota” representa uma nova oportunidade para comunidade internacional perante o atual formato da globalização, defende Muhammad Zamir Assadi, jornalista do Independent News, do Paquistão.

“Nas últimas décadas as economias têm ficado mais fortes, e vários países têm recebido benefícios que provêm da conetividade entre si. Aqueles que se opõem à globalização, não receberão os frutos da mesma”, reforçou o jornalista de 32 anos, a residir em Beijing desde fevereiro do presente ano.

Muhammad considera que a iniciativa irá providenciar uma nova plataforma de conetividade, não só para um país, ou uma região, mas para o mundo.

Serão estas plataformas a trazer benefícios para economia, dando oportunidades aos vários países de reforçar o PIB, ao mesmo tempo que permitirão o acesso aos avanços tecnológicos e à experiência da China a nível da indústria manufatureira, acrescenta.

A China tem vindo a impulsionar a criação de seis corredores económicos, sob a alçada do Cinturão e Rota, formando uma rede de comércio e transporte através da Eurásia.

O Corredor China-Paquistão é uma das regiões geográficas que requer cooperação mais próxima, a par do corredor China-Bangladesh-Índia-Mianmar, segundo um documento oficial da iniciativa, publicado em 2015.

Para Muhammad, a China se encontra a outorgar ao Paquistão a oportunidade de desenvolver a sua infraestrutura e de obter mais benefícios no setor energético.

No Paquistão, a China tem investidos mais de 50 bilhões de dólares, sendo que 35 bilhões estão a ser investidos no setor energético.

“Será com o desenvolvimento deste setor que seremos capazes de, posteriormente, crescer economicamente”, afirmou.

Além da China, começam a surgir agora novos investidores provenientes da Europa, EUA, Médio Oriente e outras regiões, como consequência da atenção que a comunidade internacional tem depositado no investimento do gigante asiático, referiu o paquistanês.

Por outro lado, esta Iniciativa não visa apenas integrar economias, mas sim maximizar o intercâmbio interpessoal. “Os programas de intercâmbio são uma mais-valia para melhorar os laços entre os países. E este tipo de ligação permite obter um melhor entendimento entre culturas e sociedades”, reforçou.

Recentemente chegado a Beijing, Muhammad admitiu ao Diário do Povo Online ter ainda algumas dificuldades com o idioma, mas demonstrou interesse em continuar a estudar a língua e a cultura. “Tenho aprendido várias palavras e frases que me permitem sobreviver na China enquanto não domino a língua. Mas espero aprender mais”.

Os chineses que trabalham no Paquistão aprendem rapidamente a língua local, o urdu. Por seu turno, os paquistaneses a trabalhar com chineses, começam também já a dominar o mandarim, revelou.

“Há uma tendência para que o número de estudantes e falantes das duas línguas aumente — o que é uma mais-valia para reforçar as ligações bilaterais”, reiterou Muhammad.

O desenvolvimento económico é muito importante, mas não podemos esquecer que, antes de unir os países pela economia, devemos reforçar os laços entre os seus povos, concluiu.

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