A China iniciou na quarta-feira uma experiência anual com um sistema de suporte de vida para alojar 8 voluntários, por forma a poder vir a realizar o objetivo nacional de exploração espacial tripulada de longa duração.
A experiência “Palácio Lunar 365” foi lançada no laboratório de suporte de vida bio regenerativa Palácio Lunar 1, na Universidade Beihang, em Beijing.
Os 8 voluntários, todos eles universitários de pós-graduação, estão divididos em 2 equipas de 4 membros e irão participar da experiência em três turnos – uma equipa entrou no laboratório na quarta-feira de manhã e irá permanecer por 60 dias até à segunda equipa entrar.
Eles irão viver no laboratório por 200 dias, antes da primeira equipa completar os 105 dias restantes, anunciou a universidade.
O Palácio Lunar 1 tem a capacidade de recriar um ambiente similar à biosfera terrestre, tendo a capacidade de dar apoio a 4 pessoas. Foi desenhado para testar e verificar tecnologias a serem usadas em missões espaciais de longa duração no espaço profundo, com tripulações múltiplas.
O laboratório de 500 metros cúbicos está selado no exterior. Ele consiste em 3 cabines com uma área total de 160 metros quadrados – uma para os voluntários viverem e controlarem a estrutura e as outras duas para simular o cultivo de plantas na lua, informou a universidade.
Durante a experiência, os voluntários não abandonarão o laboratório nos seus turnos, a não ser que se deparem com uma emergência.
Eles irão plantar vários tipos de grãos, como trigo e milho, bem como vários vegetais, tais como cenouras, tomate, cogumelos e pepino.
A colheita será parte da sua alimentação. Serão também levadas a cabo experiências com bichos-da-farinha, que deverão ser consumidos como fonte de proteína.
Para as estações espaciais, cargueiros podem ser usados para o transporte de recursos. Porém, em missões de longa duração, no futuro, tais como a construção de estações lunares ou expedições tripuladas até Marte, será necessário que a estação ou a própria nave espacial seja autossustentável. Tal significa que a estrutura terá de carregar os instrumentos físicos e químicos necessários para gerar vida.
“Como tal, tais experiências irão verificar de que forma o nosso sistema bio regenerativo poderá funcionar bem e explorar de que forma os astronautas podem resolver possíveis problemas psicológicos num ambiente isolado por um longo período de tempo”, disse Liu Hong, diretor do Centro de Investigação de Ciência para a Vida Espacial e Tecnologia de Suporte de Vida.