Uma cidadã americana com o green card recebido da China em 2009.
Os residentes permanentes estrangeiros na China passarão a ter os seus “green cards” melhorados a partir de julho, o que passará a tornar o seu dia-a-dia e trabalho mais facilitados no país, segundo informou o Ministério da Segurança Pública na segunda-feira.
A licença de residência permanente existente, conhecida como “green card” chinês, será substituída pelo “cartão de identidade de residência permanente para estrangeiros”.
Tal como a segunda geração do documento de identidade dos cidadãos chineses, o cartão eletrônico destinado aos estrangeiros irá conter um chip, no qual a informação destes estará contida, sendo que essa informação passará a ser partilhada por serviços ferroviários, companhias aéreas, hotéis e bancos, de acordo com o plano em desenvolvimento. O cartão terá também funcionalidades anti-contrafação, segundo os oficiais responsáveis.
“Estamos a trabalhar juntamente com os vários departamentos no sentido de levarmos a cabo a preparação técnica para que os cartões possam ser usados nos setores referidos”, disse Wang Yugang, um oficial dos serviços de imigração do país.
Todos os trabalhos de preparação serão completados antes do final de junho, e os detentores do green card podem dirigir-se às agências de segurança pública para substituir os seus cartões. Se escolherem não o trocar pelo novo cartão, os modelos atuais permanecerão válidos até à sua data de validade, de acordo com o ministério.
“Esperamos que o novo cartão ofereça aos residentes permanentes estrangeiros na China um sentimento de pertença ao país”, disse Wang.
A China começou a emitir autorizações de residência permanente em 2004. Porém, ao longo dos anos, a obtenção dos green cards tem sido dificultada pelos seus requisitos elevados. Os dados do Ministério demonstram que entre 2004 e 2013, apenas 7,356 estrangeiros obtiveram o estatuto.
Desde setembro de 2015, o governo chinês tem vindo gradualmente a relaxar as políticas de residência e entrada no país aos estrangeiros, o que tem ajudado a atrair talentos de outras nacionalidades para investir ou abrir negócios, contribuindo para a internacionalização da China.
No ano de 2016, 1576 estrangeiros se tornaram residentes permanentes na China — um aumento de 163% face ao ano anterior, de acordo com o Ministério.
Porém, os detentores do green card têm vindo a reclamar que o cartão funciona mais como um visto de longo prazo ao invés de ter um efeito facilitador real no seu quotidiano.
Em fevereiro, o órgão central para o desenvolvimento de reformas, liderado pelo presidente Xi Jinping, aprovou um plano dirigido especificamente à remodelação da residência permanente de estrangeiros, para poder facilitar a sua vida e condições de trabalho no país.
“Tanto quanto sei, o novo cartão de identificação poderá ser utilizado independentemente, sem recorrer aos passaportes. Os residentes permanentes vão passar a usufruir de direitos como candidatarem-se para a obtenção do título de condução ou inscrever os seus filhos nas escolas primárias”, disse Wang Huiyao, presidente do Center for China and Globalization, um think tank sediado em Beijing.