Economia chinesa se reequilibra em meio ao crescimento regional resiliente

Fonte: Xinhua    14.04.2017 11h06

Beijing, 14 abr (Xinhua) -- A China deve administrar a interação entre o crescimento de futuro próximo e o reequilíbrio econômico a longo prazo, pois a incerteza nas principais economias desenvolvidas ainda afeta severamente a perspectiva positiva das economias em desenvolvimento no Leste Asiático e Pacífico.

ATO DE EQUILIBRAR

"Continua a transição da China para um crescimento mais lento, mas reequilibrado estruturalmente", disse o Banco Mundial na quinta-feira em um relatório intitulado "Atualização Econômica do Leste Asiático e Pacífico".

O banco prevê que a economia chinesa desacelerará gradualmente à medida que se reequilibra em direção ao consumo e serviços e que o crescimento do país será de 6,5% em 2017 e 6,3% em 2018, comparado com 6,7% em 2016.

"Na China, o crescimento continuará a se moderar, refletindo o impacto das medidas do governo para reduzir a capacidade excessiva e expansão do crédito", disse o relatório, acrescentando que a setor de bens imóveis também deve desacelerar.

Desde outubro, dezenas de cidades anunciaram medidas para prevenir o salto descontrolado dos preços de moradias.

A China deve continuar a dar prioridade à redução da capacidade excessiva, controle de salto do crédito, diminuição da alavancagem de dívidas no setor corporativo e reforma das empresas de propriedade estatal, comentou Sudhir Shetty, economista-chefe do Banco Mundial para a Região do Leste Asiático e Pacífico, em uma videoconferência para o lançamento do relatório.

A China começou a lidar com esses assuntos e deve ter resultados em médio prazo, informou Shetty à imprensa.

"Os elaboradores de políticas chineses administrarão o ato de reequilíbrio", o que significa que eles vão continuar com as reformas estruturais a longo prazo, apoiar novos motores de crescimento da economia, e facilitar a transição econômica em direção a serviços e produtos de alto valor agregado, segundo Shetty.

OPORTUNIDADE DE REFORMA

O crescimento chinês no primeiro trimestre pode ser mais forte que a previsão do banco para o ano inteiro e fornece oportunidades para avançar na reforma estrutural, conter a expansão do crédito e melhorar a eficiência, disse John Litwack, economista-chefe do Banco Mundial para a China.

Em adição aos sinais positivos recentes, os dados divulgados quinta-feira mostraram um crescimento satisfatório do comércio exterior no primeiro trimestre, uma recuperação na demanda externa e uma solidificação da economia, o que dá aos elaboradores de políticas mais espaço para manobrar.

O forte começo para o ano ajudou a tranquilizar as preocupações de que o crescimento pode ter desacelerado acentuadamente, prevenindo as autoridades de alcançar seu objetivo de criar mais de 11 milhões de empregos este ano, 1 milhão mais do que no ano passado.

O Banco Mundial também recomendou regulação mais rigorosa dos bancos paralelos, controle de crescentes hipotecas familiares, e melhora na redução da capacidade industrial com melhores políticas sociais e trabalhistas.

RISCOS MUNDIAIS

Apesar de perspectivas em geral positivas para os próximos três anos na Região do Leste Asiático e Pacífico, o Banco Mundial destacou problemas que podem exacerbar a vulnerabilidade de algumas economias.

No contexto de possíveis aumentos de taxas de juros nos Estados Unidos, protecionismo, expansão do crédito e altos níveis de dívidas em diversos países do Leste Asiático, o banco recomendou a gestão macroeconômica prudente para garantir equilíbrios fiscais sustentáveis no médio prazo.

Como um todo, as economias em desenvolvimento do Leste Asiático e Pacífico devem se expandir 6,2% em 2017 e 6,1% em 2018, dirigidas pela demanda doméstica, e recuperação da economia mundial e dos preços de commodities.

Porém, para que o crescimento seja sustentado, os países na região precisarão "reduzir vulnerabilidades fiscais enquanto melhoram a qualidade de gastos públicos e fomentam a integração mundial e regional", disse Victoria Kwakwa, vice-presidente do Banco Mundial para o Leste Asiático e Pacífico. 

(Web editor: Chen Ying, editor)

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