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Companhias dos EUA ganham com transformação econômica da China

Fonte: Xinhua    07.04.2017 13h37

Shanghai, 7 abr (Xinhua) -- O blockbuster de Hollywood "A Bela e a Fera" não só já atingiu uma bilheteria de 600 milhões de yuans (US$ 87 milhões) na China, como também promove a venda de vários produtos relacionados com o filme.

Bonecos e xícaras de chá já esgotaram na Disney de Shanghai, e os mais de 30 tipos de sobremesas que fazem referência ao filme se tornaram os preferidos dos hóspedes do Shanghai Disneyland Hotel.

Tina Dai, da equipe de produtos do Shanghai Disney Resort, disse que o plano é refazer o estoque de xícaras de porcelana que trazem um dos personagens do filme e custam ao público 85 yuans cada.

"A popularidade dos produtos baseados em filmes mostra o grande interesse dos consumidores nos personagens da Disney e nas histórias."

O motor de crescimento da China está mudando de indústria para serviços, e por isso as companhias dos EUA exploram novos pontos para crescer.

O comércio de serviço entre os dois países superou US$ 100 bilhões em 2016.

A Starbucks é uma das marcas que se beneficiam do gigantesco mercado chinês.

Ela teve uma alta de 6% nas vendas de comparáveis na China no trimestre encerrado em 1º de janeiro de 2017, o que está 3 pontos acima da média global. A receita líquida na China/Ásia-Pacífico aumentou 18%, para US$ 770,8 milhões.

Esse grande crescimento nas vendas se deve em parte à parceria com a Tencent. Desde dezembro se pode usar o WeChat para pagar a conta e comprar vale-presente nas lojas da rede na China.

A Starbucks é a primeira varejista a usar o serviço de vale-presente digital nessa rede social, que tem 846 milhões de usuários mensais ativos.

A China está desenvolvendo uma economia baseada no consumo, e por isso os setores, como o de tecnologia, vão agir para melhor servir os clientes, disse David Bell, professor de negócios da Universidade da Pensilvânia de visita à Universidade de Jiaotong, em Shanghai, no mês passado.

No ano passado, o Amazon China lançou o Prime, que faz entregas grátis para os usuários pagos.

Os assinantes recebem uma encomenda de qualquer lugar do mundo em até nove dias úteis, o que pode levar até um mês para os clientes comuns, afirmou o presidente da companhia, Zhang Wenyi.

Ele disse que o número de usuários ativos na China no fim de 2016 era 23 vezes maior que o de 2014 e que cada vez mais lojas chinesas estão operando no exterior por meio do Amazon.

Um exemplo disso é o ILIFE, robô de limpeza fabricado por uma companhia de Shenzhen. É o terceiro modelo mais vendido nos EUA, afirmou Zhang, sem detalhar nos números.

"Temos um mercado de potencial gigantesco em que cada vez mais chineses compram do exterior em plataformas de e-commerce e cada vez mais americanos preferem produtos de qualidade da China."

Gan Chunhui, vice-presidente da Associação Chinesa de Economia Industrial, afirmou que a economia voltada para o consumo que a China está desenvolvendo não apenas aumenta a demanda por produtos e serviços, mas também ajudará a modernizar toda a cadeia industrial.

Projetos americanos na China, por exemplo, beneficiaram a indústria de manufatura tradicional de outros lugares e por isso os outros países também podem participar da nova economia, afirmou.

Muitos dos produtos de cerâmica vendidos na Disney de Shanghai, por exemplo, vêm da Tailândia.

"Com produtos de valor agregado baseados em propriedade intelectual, a manufatura tradicional vai trazer nova vitalidade", acrescentou Gan.