China regista défice comercial pela primeira vez em 3 anos

Fonte: Diário do Povo Online    11.03.2017 12h38

Por Qiang Wei, Diário do Povo

A Administração Geral das Alfândegas revelou que, em fevereiro, as importações da China aumentaram em 44,7%, um acréscimo de 23,1% do valor expetado e 25,2% acima do valor anterior, enquanto as exportações do mesmo mês registaram mais 4,2%, inferir às expetativas de 14,6%, e abaixo do valor anterior de 15,9%.

Influenciado pelo aumento de importações, o défice comercial de fevereiro atingiu os 60,36 biliões de yuans, marcando a primeira vez desde fevereiro de 2014.

Analistas apontam que o défice comercial é uma consequência de três fatores principais: o aumento da demanda doméstica, os fatores do Festival da Primavera e o preço das commodities.

Wang Jingwen, analista do Intituto de Pesquisa do banco chinês Minsheng, afirmou que o inesperado acréscimo das importações foi causado pelo facto de a economia chinesa estar em processo de recuperação, pois o índice dos gerentes de compra (PMI), camiões de carga, cargas e outros indicadores mostram a que a atividade continua a registar sinais positivos, demonstrando a imensidão da demanda doméstica.

Zhang Yongjun, investigador do Centro de Inttercâmbio Económico Internacional da China, disse que o défice comercial de fevereiro e o preço das commodities a nível internacional levaram a um aumento substancial do número de importações.

Nos primeiros meses de 2017, o preço do ferro importando aumentou 83,7%, o valor petróleo e produtos petrolíferos acresceram 60,5% e 48,6%, respetivamente, assim como o do carvão ficou 1,1 vezes mais caro.

A análise de Deng Haiqing, economista chefe da JZ Securities, revela que as empresas chinesas, antes do Festival da Primavera, fazem os preparativos e agendamentos necessários para reduzir o custo de inventário, fator que leva ao aumento das exportações antes do período de festividades, culminando com um surto de importação após a conclusão do festival.

Deng prevê que depois dos efeitos do Festival da Primavera, o balanço comercial regresse ao normal, expetando que em março seja registado um excedente comercial. Expetativa também partilhada pelo The Goldman Sachs Group, Inc.

Relativamente à influência do défice comercial na taxa de câmbio do renminbi, especialistas defendem que visto que o défice não é sustentável, o impacto nas taxas de câmbio da moeda chinesa é limitado. Quando combinado com os dados de reservas cambiais estrangeiros, espera-se que a desvalorização do yuan possa ser totalmente liberada de conclusões. 

(Web editor: Chen Ying, editor)

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