Especial: "Made in China" ganha espaço na vida dos brasileiros graças ao e-commerce

Fonte: Xinhua    09.03.2017 13h18

Por Pau Ramirez, Xun Wei & Chen Weihua

Rio de Janeiro, 9 mar (Xinhua) -- Ao abrir os olhos logo pela manhã, a primeira providência é, no celular, inteirar-se das últimas notícias em aplicativos como Weibo e WeChat. Depois do café, é via DiDi ou Uber que se chama um táxi ou carro privado. No caminho até o trabalho, um tempinho para navegar em alguns dos portais de venda na internet para comprar o que precisa naquele dia. É certeza que ao final do expediente as compras estarão na porta de casa.

Para muitos chineses, essa é a rotina diária. Mas em diversos países, não se consegue nem imaginar que a internet seja uma ferramenta tão imprescindível no cotidiano. No Brasil, no entanto, alguns sites de comércio eletrônico transfronteiriço já estão atentos à realidade do outro lado do mundo e apostam que há espaço para crescer no maior país sul-americano.

"Que tal esta camiseta branca, com gola redonda e manga curta? Têm as costuras bordadas com lantejoulas vermelhas. É muito bonita, não? Comprei no AliExpress por 10 dólares. Sim! Só 10 dólares, baratinho! Se você gostou desse vídeo, não esqueça de curtir. Obrigada!"

Este é um dos vídeos no canal do YouTube da Amanda Bernardo, blogueira de moda de Santa Catarina, fiel ao AliExpress e que só nesta rede social já recebeu mais de 1 milhão de visitas.

"Comprar no AliExpress é muito fácil: abra o aplicativo, faça o upload de o que quer comprar e espere uns segundos. O sistema mostrará produtos similares. Agora, é só ter paciência e escolher o que mais agradar", ensina a youtuber.

O objetivo de Amanda ao gravar os vídeos é mostrar o que compra por meio do AliExpress, da China, desde caixas organizadoras de poucos dólares até roupas e bolsas que podem custar até mil dólares.

"O AliExpress é meu site preferido para fazer compras online, o que oferece os melhores preços e mais opções", diz Amanda, que também é jornalista. Ela espera que, com os vídeos, mais pessoas conheçam o AliExpress.

Bruno Mariano, um psicólogo de 36 anos e que mora no Rio de Janeiro, encontrou o AliExpress por acaso, e, ali, descobriu um novo mundo de compras na internet.

Tudo começou há quatro anos, quando um pedido que fez via internet demorou mais do que o usual até chegar a sua casa. Ao ver letras estranhas, deu-se conta de que estava diante da escrita chinesa e percebeu que havia comprado da China. O AliExpress, afinal, é chinês.

"Quando comecei a utilizar o AliExpress, não havia nada parecido no Brasil. O sistema de mensagens permite que se fale diretamente com o vendedor e, aí, é possível perguntar, por exemplo, sobre o corte de uma camisa, sobre os diferentes tamanhos",conta Mariano.

O psicólogo ressalta, ainda, que o processo de compra é seguro porque o dinheiro do cliente fica no portal até a compra ser efetivada, não indo diretamente ao vendedor. Assim, se evitam fraudes. Em quatro anos, ele já fez quase 200 compras no AliExpress. "E ainda recomendo a muitos amigos", garante o carioca.

O AliExpress ganha cada vez mais a confiança dos brasileiros. Segundo dados do Ibope Inteligência, empresa dedicada a estudos sobre opinião pública, o portal chinês superou o brasileiro B2W no segundo semestre de 2014 e está se consolidado como a maior plataforma de compras online do Brasil.

Em termos de volume total, as compras digitais realizadas no Brasil alcançaram R$ 35,8 milhões (cerca de US$ 11,5 milhões) em 2014, um aumento de 24% em comparação com o ano anterior. Desse montante, quase R$ 6,6 milhões (ou US$ 2,1 milhões) foram compras transfronteiriças, com provedores chineses abocanhando 55% desta fatia.

Apesar de recém chegado ao mercado brasileiro, o AliExpress se desenvolve com bastante rapidez graças a boas experiências de compra, a grande variedade de mercadorias, preço competitivo e um serviço de pós-venda relativamente garantido. Hoje, a empresa entrega com rapidez produtos "Made in China" aos brasileiros.

Ao se pensar no movimento das empresas do mundo chinês no Brasil, vale lembrar também da DiDi, que recentemente comprou ações da empresa para reserva de táxis "99", à qual a chinesa garantirá apoio estratégico para questões técnicas, de produtos, experiência de operação e planejamento de serviços oferecidos. O WeChat também tem um lugar de destaque entre os aplicativos de mensagem instantânea no Brasil e segue diminuindo a diferença entre os competidores. Outros gigantes da internet chinesa com operações no Brasil são o 360 e o Baidu.

Pouco depois de três décadas de reforma e abertura, a China alcançou sucesso considerável nos âmbitos político, econômico e tecnológico, consolidando-se como a segunda maior economia do mundo. Hoje, o país asiático quer dividir com o mundo esta experiência, assim como os benefícios, de tal desenvolvimento econômico, tecnológico e científico.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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