Especial: Nova aldeia traz futuro melhor para tibetanos pobres

Fonte: Xinhua    08.03.2017 09h00

Lhasa, 8 mar (Xinhua) -- Sanyou não é um nome tradicional de uma aldeia tibetana. Traduzido como "três teres", o nome é abreviação de "ter saúde, ter casa e ter trabalho".

A nova aldeia fica perto de um rio em Lhasa, capital da Região Autônoma do Tibete, sudoeste da China. O nome dela representa as esperanças sinceras de algumas das pessoas mais pobres do planalto tibetano.

Sanyou é o primeiro povoado para 712 pessoas vivendo abaixo do nível de pobreza no Tibete. À procura de trabalho, chegaram à aldeia no ano passado após deixar uma terra infértil.

Em 2006, o governo de Lhasa investiu cerca de 40 milhões de yuans (US$ 5,7 milhões) para construir 184 casas em uma terra outrora rochosa. Agora a aldeia é administrada pela vila de Dagar, do distrito de Qushui, em Lhasa.

Nyima Tsering é um dos membros da filial do Partido Comunista da China na aldeia. Ele administra uma fazenda de gado leiteiro no novo assentamento.

Caçula de um agricultor, Nyima Tsering vivia em uma casa pequena com os pais, as irmãs e outros parentes. Em 2000, ele deixou a escola secundária quando a irmã mais velha morreu, para tomar conta dos sobrinhos.

"As doenças custaram muito dinheiro à minha família. Sou homem, e meu trabalho é tomar conta deles", disse. Os pais de Nyima Tsering estão com a saúde fraca.

"Trabalhava no campo durante a época da agricultura e fazia biscates na cidade, mas não importa o quanto eu trabalhava; o dinheiro que ganhava um dia acabava no outro."

Com uma campanha intensa contra a pobreza lançada no ano passado, o governo municipal realizou soluções de reassentamento para famílias pobres como a de Nyima Tsering.

Residentes de Sanyou têm origem em dez aldeias do distrito de Qushui.

"Algumas pessoas querem se mudar para as casas novas, mas muitas estavam hesitantes no início", disse Mao Xin, diretor da vila de Dagar.

Para aliviar a preocupação delas, muitos dos agricultores foram empregados para construir o novo assentamento. "Empregamos as pessoas a construir as próprias casas, assim poderiam ficar mais envolvidas emocionalmente."

Nyima Tsering também participou da construção dos imóveis, com o que gerou confiança e foi eleito para o comitê dos aldeãos.

A maioria das casas em Sanyou tem três andares com paredes brancas, portas laqueadas com tinta dourada e um quintal. Variam de 165 a 108 metros quadrados.

Tashi Doje, 61 anos, vive em uma das maiores com seis familiares. Em quase todas, há um altar de Buda no segundo andar.

Tashi Doje vendeu a antiga casa na terra natal e arrendou a terra para um agricultor rico. A família dele ganhou quase 98.904 yuans (US$ 14.333) no ano passado através de agricultura e trabalho em fazendas de laticínios e aves na aldeia.

"Deixar a antiga casa não foi fácil, mas não tive que gastar um centavo pela minha casa nova, e meus filhos vão à melhor escola da vila."

Uma clínica e um jardim de infância também foram construídos no novo assentamento.

No ano passado, cerca de 130 mil pessoas foram tiradas da pobreza no Tibete, onde mais de 460 mil ainda vivem nessa situação.

O filho de Nyima Tsering nasceu no fim do ano passado na casa nova deles. "Decidi chamá-lo de Tsere Phurza, o que significa "inteligência e prosperidade'", contou.

"Cinco ou seis bebês nasceram na aldeia nova no ano passado, e espero que eles nunca passem pela pobreza."

(Web editor: Juliano Ma, editor)

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos