EUA tentam desempenhar papel proactivo na manutenção da segurança na região asiática

Fonte: Diário do Povo Online    13.02.2017 10h31

Numa altura em que Washington reitera o seu compromisso de segurança com o Japão, após uma visita do Primeiro-ministro Shinzo Abe aos EUA, os analistas constataram que a Casa Branca tem sido reticente em alinhar com os desígnios japoneses a fim de conter a China.

A China deverá estar política e militarmente preparada, pois o acordo irá afetar os seus interesses, incluindo os direitos de soberania e estabilidade regional, defendem os analistas.

O reforço da aliança de segurança entre os EUA e o Japão terá sido o motivo principal da visita de Abe aos Estados Unidos da América, entre os dias 9 e 13 de fevereiro.

Depois de se encontrar com Trump na sexta-feira, na Casa Branca, Abe voou até Palm Beach, na Flórida, onde deu continuidade à discussão de vários assuntos e praticou golfe com o presidente norte-americano, segundo noticiado pela AFP.

Uma declaração conjunta, transmitida após a reunião em Washington, abordou a maioria das preocupações de segurança regional da China — a Península Coreana, o Mar da China Oriental e o Mar do Sul da China.

O documento é considerado a prova escrita mais importante da afirmação do Artigo 5 do Tratado de Cooperação Mútua e Segurança EUA-Japão, no qual está previsto que os EUA poderiam interceder militarmente a favor do Japão no caso de ataque às ilhas chinesas de Diaoyu.

Washington, por sua vez, defende que o Artigo 5 terá apenas sido verbalmente referido.

Trump suavizou as hostilidades para com a China na coletiva de imprensa conjunta, denotando que a longa e “calorosa” conversa com Xi Jinping, na sexta-feira (dia 10) fora importante também para Tóquio.

Antes de se reunir com Abe, Trump conversou via telefónica com o presidente chinês, no qual foi reafirmado o compromisso dos EUA com a política de “Uma Só China”, e expressado o interesse em aprofundar a cooperação bilateral.

Liang Yunxiang, professor de estudos japoneses na Universidade de Pequim, afirma que a declaração conjunta, realizada após a reunião dos dois líderes, demonstra que Trump tem uma visão própria da China.

Donald Trump relembrou a Abe a importância dos laços sino-americanos “para demonstrar que os EUA também desempenham um papel equilibrador nos assuntos externos, e que o Japão deveria evitar provocar a China”, defende Liang, acrescentando que “Trump não tem planos de um confronto total com a China, como Abe espera, pois enfurecer Beijing não será benéfico para os americanos”.

“Apesar de grandes conflitos serem improváveis, pequenos atritos não deverão ser descartados”, o que impõe que Beijing esteja pronta para tal, conclui Liang.  

(Web editor: Renato Lu, editor)

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos