China participará em Cúpula contra o tráfico de órgãos no Vaticano

Fonte: Diário do Povo Online    07.02.2017 12h49

Huang Jiefu

As autoridades chinesas de saúde irão participar na cúpula de alto nível contra o tráfico de órgãos, que terá lugar no Vaticano nos próximos dois dias (7 e 8 de fevereiro). O convite define-se como um reconhecimento do combate levado a cabo pela China na área.

Huang Jiefu, antigo vice-ministro da saúde e atual chefe do Comité Nacional de Doação e Transplante de Órgãos Humanos, irá participar na Cúpula da Academia Pontifícia sobre o Tráfico de Órgãos e Turismo de Transplantes 2017, realizada no Vaticano, na qual serão discutidas as perspetivas chinesas quanto à administração de órgãos.

Em resposta ao protesto de um especialista em ética médica, que acusa o convite feito a Huang "de dar um impulso à propaganda da China" e um "ar de legitimidade" ao seu programa de transplantes, Marcelo Sánchez Sorondo, bispo argentino e chanceler da Pontifícia Academia das Ciências, defendeu que a conferência tem como objetivo ser um "exercício acadêmico e não uma repetição de afirmações políticas controversas", relatou o The Guardian.

Em uma declaração em seu website, a Pontifícia Academia das Ciências afirma que o tráfico de órgãos é impulsionado pela demanda nos países mais ricos do Ocidente e do Médio Oriente.

Apenas 12% da estimada demanda de transplantes de órgãos é correspondida a cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

A China tem feito grandes avanços no encorajamento de doações de órgãos, tentando contrariar a tradicional oposição à prática.

No primeiro semestre de 2016, a China removeu cerca de 1.795 órgãos, um aumento de 45% relativamente ao período homólogo de 2015.

O número total de colheita de órgãos em 2015 foi de 2.766— valor que ultrapassou a totalidade da junção dos anos de 2013 e 2014, informou a agência de notícias Xinhua.

Cerca de 300.000 pacientes chineses são anualmente colocados em lista de espera para cirurgias de transplante, embora apenas cerca de 10.000 cirurgias venham a ser concluídas.

A proporção de doações de órgãos públicos é de 0,6 por cada 100.000 pessoas, ou seja, uma das taxa mais baixas do mundo, de acordo com Huang.

Em 2011, o comércio ilegal de órgãos foi criminalizado, após ser incluído em uma emenda no Código Penal.

Posteriormente, em 2013, foi também criado um novo sistema para administração e distribuição de órgãos.

No 26º Congresso Internacional da Sociedade de Transplantes, realizado em Hong Kong em agosto de 2016, Huang condenou a especulação de que “100.000 transplantes eram realizados todos os anos usando órgãos de prisioneiros executados” — declarações recebidas como insultuosas à inteligência dos profissionais de transplante e ao sacrifício dos doadores e suas famílias, informou a Xinhua. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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