China equaciona implicações de um “baby boom”

Fonte: Diário do Povo Online    06.02.2017 14h31

A BBC publicou recentemente um artigo sobre a subida da taxa de natalidade na China no ano 2016, com a política do segundo filho a contribuir para um aumento assinalável do número de nascimentos.

Em 2015, a China decidiu anunciar as primeiras medidas de relaxamento da política do filho único, tendo posteriormente aprovado a política do segundo filho, a 1 de janeiro de 2016.

Entre 2003 e 2013, o número de nascimentos na China oscilou em valores próximos de 16 milhões ao ano.

Em 2016, segundo as projeções da Administração Nacional de Estatísticas da China (NBS na sigla inglesa), o número de nascimentos ultrapassou os 17.86 milhões, com uma taxa de fertilidade a superar os 1.7%. Mais de 45% dos nascimentos deste ano foram registrados como segundos filhos.

Segundo a Reuters, a decisão da China colocar termo à política do filho único foi basilar para que o ano transato tenha totalizado o maior número de nascimentos desde 2000.

Yang Wenzhuang, diretor do departamento de planeamento familiar da Comissão Nacional de Saúde e Planeamento Familiar, afirmou que os nascimentos de 2016 representam um acréscimo de mais de 1.4 milhões anuais face aos ocorridos durante o período do 12º Plano Quinquenal.

Apesar da diminuição em cerca de 5 milhões do número de mulheres em idade fértil, o número de nascimentos aumentou significativamente, indicando que o ajuste e melhoramento da política de fertilidade se revelou oportuno e eficaz.

O South China Morning Post revela que, antes de 2013, a proporção de nascimentos como segundo filho rondava os 30%. Contudo, no ano 2016, ultrapassou os 45%.

Se as mulheres nascidas no fim da década de 70 e início da década de 80, agora em idade fértil, considerarem ter um segundo filho, o número de nascimentos em 2017 e 2018 poderá ascender aos 20 milhões por ano.

Porém, não obstante de trazer benefícios à população, a política do segundo filho acarreta também problemas sociais.

Se, por um lado, a política estimula a procura interna, reforça a oferta de mão-de-obra, retarda o impacto do envelhecimento na governança nacional e promove a estabilidade familiar e o crescimento saudável dos jovens, por outro, poderá por em causa a estrutura e eficiência das instituições públicas.

O auge do nascimento do segundo filho, no futuro, poderá estar na base de uma afluência súbita ao sistema escolar, gerando uma possível escassez de recursos ao nível da educação básica e de serviços públicos.

Tais problemáticas poderão culminar em problemas sociais que devem ser devidamente ponderados.

A implementação da política do segundo filho tem causado um grande impacto no departamento do planeamento familiar, obrigando a um esforço de atualização urgente às implicações da mudança e das funções de cada um dos funcionários. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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