Oficial das Relações Exteriores reafirma postura chinesa na questão do Mar do Sul da China

Fonte: Diário do Povo Online    26.01.2017 09h53

“A questão do Mar do Sul da China é uma matéria concernente à China e a outros países diretamente envolvidos, que concordaram em se focar no desenvolvimento comum, na paz e estabilidade regionais”, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, na terça-feira, em resposta às intenções de interferência por parte da nova administração norte-americana.

Lu Kang clarificou a posição da China numa entrevista em Beijing concedida à NBC News.

A peça jornalística surge após o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, avançar que os EUA fariam frente à China na questão do Mar do Sul, prometendo “defender os territórios internacionais de serem apossados por um país”.

“Não se tratam de territórios internacionais, mas de territórios chineses”, contrapôs Lu à NBC News.

Reiterando a soberania chinesa e admitindo estar ao corrente de controvérsias em torno de algumas ilhas, com origem na década de 70, Lu afirmou que os países na região chegaram a acordo no sentido de lidar com as disputas por forma a “servir interesses comuns, tanto da China como de todos os outros países nesta região”.

“Os países revolveram já ao acordo original onde, por agora, é possível colocar de parte disputas de soberania, focalizar em projetos de desenvolvimento coletivo, e trabalhar no sentido de manter a paz e estabilidade na região”, disse.

Reiterando que qualquer disputa envolve apenas a China e os países diretamente envolvidos, Lu expressou também a expectativa da China de que os EUA, ou outro qualquer país externo, possam respeitar a vontade e os interesses comuns nesta região.

Em resposta às questões da NBC alusivas à reação chinesa a possíveis alterações na política das relações sino-americanas levadas a cabo pela administração do presidente Donald Trump, Lu disse que a China não irá efetuar qualquer pré-julgamento.

No que concerne às relações econômicas e comerciais, Lu expressou o desejo da China de melhores laços, reafirmando a intenção chinesa de não partir para o conflito comercial com o qual Donald Trump ameaçara durante a sua campanha eleitoral.

“Não é do interesse de nenhuma das partes. Isso apenas danificaria ambos os países”, disse.

Porém, evitar o conflito comercial requer esforços mútuos, frisou.

Lu afirmou que os factos e dados indicam que os laços econômicos e comerciais entre as duas maiores economias mundiais servem interesses mútuos.

Os laços de comércio bilateral ajudaram a criar 2,6 milhões de empregos nos EUA em um ano apenas, e reduziram os preços das commodities para a média das famílias americanas, tendo, em média, cada uma poupado 850 dólares em 2015.

Instado a comentar na retirada Americana da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla inglesa), ordenada pelo recém-empossado Presidente Trump, Lu disse que a China vê com bons olhos qualquer medida que vise a integração econômica, e que a TPP “não se enquadra nas condições reais desta região”.

Relativamente à questão de Taiwan, Lu reiterou a posição da China face ao princípio de “Uma Só China”.

“O princípio de ‘Uma Só China’ tem sido o pressuposto basilar” para as relações e cooperação sino-americanas, afirmou.

“Esta questão se enquadra nos interesses fundamentais da China, e, como tal, não é algo que possa ser negociado ou utilizado como trunfo negocial”, vincou Lu.

No âmbito da crise nuclear da península coreana, Lu afirma que essa questão havia sido originada devido a disputas entre a RPDC e os EUA. “Os EUA têm mais influência”, afiançou.

Enquanto país vizinho da RPDC, a China tem em consideração a situação na península coreana. “A China incorreu nas diligências que lhe competiam”, disse, referindo-se ao diálogo sexteto (diálogo entre seis países envolvendo a questão nuclear coreana) e aos acordos que visam a definição de um período para Pyongyang abandonar o seu programa de armas nucleares.

“A nossa meta é encontrar uma forma de resolver esta questão, e não seguir qualquer outra agenda política”, asseverou Lu.

“A China acredita ainda em negociações pacíficas”, concluiu. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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