Os oficiais alfandegários de Hong Kong anunciaram na terça-feira que 9 veículos armados de Singapura, apreendidos há 2 meses atrás, serão devolvidos após a finalização de uma investigação.

A alfândega tomou posse dos veículos a 23 de novembro “pois havia uma suspeita de quebra das leis de Hong Kong”, disse Roy Tang, comissário da alfândega da Região Administrativa Especial.

Os veículos armados encontravam-se dentro de um navio de mercadorias proveniente de Taiwan, que efetuava uma paragem em Hong Kong.

Os veículos estariam de volta a Singapura, após um exercício militar em Taiwan.

Tang afirmou que a alfândega terminou a sua investigação. O caso poderá ser levado a prossecução criminal, de acordo com um relatório emitido pelo governo de Hong Kong.

“Importação, exportação e trânsito de commodities estratégicas que entrem em delito com os requisitos de licenciamento são ofensas criminais puníveis perante a lei de Hong Kong”, disse, acrescentando que os veículos militares e demais equipamento associado serão devolvidos a Singapura.

Em um comunicado emitido na terça-feira, o Ministro das Relações Exteriores de Singapura, disse que o Primeiro-ministro Lee Hsien Loong havia agradecido ao chefe executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying por resolver a questão.

 “Este é um resultado positivo”, declarou o ministério singapurense.

No dia 17 de janeiro, em Beijing, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, urgiu ao governo singapurense a manter o princípio “Uma Só China” quando foi questionada relativamente à apreensão dos veículos.

A China atribui muita importância às relações com Singapura, e ao mesmo tempo, a sua postura quanto ao princípio de “Uma Só China” e firme e inalterável, reforçou.

Jia Duqiang, um investigador da Academia de Ciências Sociais da China, disse que, ao apreender os veículos, a China enviou um sinal claro a Singapura de que a cidade-estado deve permanecer sob o enquadramento do princípio “Uma Só China”, especialmente numa fase em que as autoridades de Taiwan, lideradas por Tsai Ing-Wen, se encontram a desafiar Beijing na questão da soberania.

O retorno dos veículos é um sinal positivo para as relações sino-singapurenses, afirmou o investigador, acrescentando que os laços bilaterais têm sido frustrados nos últimos meses como resultado do que apelida de “comentários impróprios” por parte de Singapura relativamente à posição da China na questão do Mar do Sul da China.

Em julho, Singapura apelou a “todas as partes” para respeitarem o veredito de um caso de arbitragem em torno do Mar do Sul da China em torno de disputas territoriais. A China insistiu que o veredito é “nulo e oco”, não tendo validade jurídica.