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Mais de 1 milhão de pessoas participaram na “Marcha das Mulheres” contra Trump

Fonte: Diário do Povo Online    22.01.2017 10h40
Mais de 1 milhão de pessoas participaram na “Marcha das Mulheres” contra Trump
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WASHINGTON, 22 de jan (Diário do Povo Online) — Mais de um milhão de mulheres se juntaram à Marcha das Mulheres realizada em Washington, participando em manifestações organizadas com o mesmo efeito em várias cidades do mundo, em uma exclamação mundial de resistência e solidariedade.

A marcha aconteceu no sábado (21), um dia após Donald Trump assumir o cargo de presidente dos EUA, com o objetivo de deixar claro a Trump, durante o seu primeiro dia como presidente, que a sua agenda irá contar com muitos desafios.

A maioria das mulheres usou, durante a marcha, um gorro cor-de-rosa tricotado à mão, com orelhas pontiagudas (com o slogan “pussyhat”), como forma de ridicularizar o novo presidente, em uma referência à afirmação de Trump num vídeo de 2005 tornado público semanas antes da eleição, no qual ele afirmava agarrar mulheres pelos órgãos genitais e as beijar sem o seu consentimento.

A manifestação em Washington contou com a participação de 500 000 mulheres, uma estimativa não-oficial das autoridades da cidade — aparentemente, um número superior aos presentes na cerimónia de tomada de posse, realizada no dia anterior.

A marcha de Washington teve direito a oradores e celebridades numa caminhada de protesto ao longo do National Mall, o parque nacional da cidade.

“Hoje marchamos pelos princípios morais desta nação, contra o nosso novo presidente que está a incitar à guerra”, defendeu a atriz América Ferrera perante o público em marcha, acrescentando que “a dignidade, o caráter, os direitos do povo americano têm sido alvo de ataques, e uma plataforma de ódio e divisão assumiu ontem o poder. Mas o presidente não é a América... Nós somos a América, e estamos aqui para ficar".

A adesão foi inesperadamente grandiosa, deixando as ruas intransitáveis, tendo as manifestantes sido instruídas a se dirigirem à Ellipse, perto da Casa Branca, por outras vias, provocando o caos à circulação no centro da capital.

Os manifestantes seguraram placas com mensagens como “as mulheres não recuarão” e “menos medo, mais amor”, a par de outras mensagens e slogans contra as medidas sexistas e extremistas de Trump, em questões como o aborto, assistência médica, diversidade e alterações climáticas.

Em Chicago, as organizadoras cancelaram o evento por questões de segurança, devido à numerosa adesão, cerca de 150 000 pessoas se uniram para protestar, tendo sido permitido que circulassem livremente. Nova Iorque reuniu 100 mil mulheres, que marcharam pela rua da residência de Trump, no edifício Trump Tower, na famosa Quinta Avenida. Boston contabilizou também o ajuntamento de 100 mil participantes, tal como Los Angeles.

Por todo o mundo, foram contabilizadas mais de 600 marchas solidárias, tendo os oficiais e organizadores estimado a participação de mais de um milhão de pessoas.

A onda internacional de adesão ao movimento demonstrou em que medida o governo de Trump está a preocupar os povos de ambos os hemisférios.

Linda Lastella, de 69 anos, que se deslocou de Metuchen até à capital para participar na manifestação, admitiu nunca ter participado em nenhuma marcha mas que, desta vez, sentiu necessidade de expressar o seu desagrado “quando muitas nações estão a experienciar o mesmo tipo de recuo, ódio e atitudes violentas. Parece-me que temos que deixar bem claro onde estamos”.

Enquanto as manifestações decorriam nas imediações do National Mall, Trump iniciou o seu primeiro dia como presidente assistindo à tradicional cerimónia religiosa, realizada na manhã seguinte à tomada de posse, na Catedral Nacional de Washington.

Durante a sua viagem pela cidade, quando de deslocou até à CIA, os grupos de manifestantes não passaram despercebidos. 


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