Taiyuan, 12 jan (Xinhua) -- China, a maior produtora de canetas esferográficas do mundo, conseguiu finalmente desenvolver sua própria ponta de caneta esferográfica, terminando com a longa dependência de pontas importadas.
O Taiyuan Iron & Steel (Group), ou TISCO, disse já dominar a produção de componentes de aço para pontas de caneta depois de cinco anos de experimentos.
A companhia disse à Xinhua na terça-feira que a tecnologia está pronta para produção em massa e materiais chineses deverão substituir as importações no ano que vem.
Os produtores chineses de papelaria fabricam 38 bilhões de canetas esferográficas por ano, porém ganham menos de 0,1 yuan por cada caneta, apesar de gastar milhões de dólares em importações de aço para fabricar pontas de caneta esferográfica, ou seja 120 mil yuans (US$ 17 mil) por tonelada.
Em 2011 o TISCO participou de uma iniciativa nacional para desenvolver pontas de caneta esferográfica chinesas para promover a cadeia de valor do setor, mas a pesquisa e o desenvolvimento eram difíceis.
Microelementos especiais devem ser adicionados ao aço líquido para fabricar a ponta com qualidade capaz de escrever continuamente pelo menos 800 metros. Mas a fórmula era um segredo industrial de produtores estrangeiros. A importação era a única opção dos produtores chineses de caneta.
A equipe de Wang Huimian, engenheiro sênior do TISCO, realizaram vários experimentos para acumular dados e ajustar parâmetro para descobrir a fórmula.
"Finalmente conseguimos obter um grande avanço no final de 2014. Em vez de usar aditivos grumosos em seu tamanho normal, tentámos cortá-los em peças menores e lineares para obter melhor interação química a fim de obter um aço mais forte", disse Wang.
Em junho de 2016, as primeiras pontas completamente fabricadas na China foram produzidas.
"As pontas provaram ser duráveis com excelente efeito de escrita e podem substituir completamente as importadas", assinalou Hu Shengyang, diretor do Beifa Test Lab.
Beifa ordenou o primeiro lote de pontas do TISCO, e a empresa espera substituir completamente os materiais importados em dois anos.
O dilema da ponta de caneta recebeu atenção pela primeira vez pelo primeiro-ministro chinês Li Keqiang em janeiro de 2016, e chamou a atenção para um problema enfrentado pelos fabricantes chineses -- fraca competitividade em tecnologias chaves.
Para promover o nível superior da cadeia de fornecimento, a China implementou uma estratégia promovida por inovação a fim de criar oportunidades de crescimento e atualizar setores tradicionais.