Governo chinês necessita de um melhor entendimento sobre a saúde

Fonte: Diário do Povo Online    06.01.2017 09h37

Densidade de partículas PM2.5 registada na área Qianmen, em Beijing, na quinta-feira (5). Beijing tem experienciado dias sucessivos de smog intenso.

Com a China a travar uma longa batalha contra a poluição, o governo tem sido incitado a estudar mais seriamente a poluição atmosférica, que tem impactos na saúde pública, e a realizar intervenções focalizadas o mais rapidamente possível.

O monitoramento, em tempo real, realizado pelo Ministério de Proteção Ambiental, mostrou que 60% das 338 cidades sob vigilância experienciaram poluição atmosférica na quarta-feira (4).

Cerca de 25% dessas cidades, incluindo Beijing, registaram fenómenos de smog intenso, com leituras dos índices de qualidade do ar (AQI) entre 201 e 300.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que a poluição é uma constante ameaça à saúde humana em todo o mundo, com cerca de 2 milhões de mortes prematuras a serem uma das consequências da exposição a elevados níveis de poluição.

Wang Hufeng, chefe do centro de reforma da saúde da Universidade Renmin da China, notou que a China tem falta de vigilância, pesquisa e avaliações baseadas em evidências do impacto na saúde do smog, que atinge cada vez mais regiões do país.

“Será uma longa e árdua batalha contra a poluição, especialmente a nível das partículas, com as potencialidades de risco para a saúde a serem analisadas e estudadas científica e constantemente”, acrescentou Wang.

Estudos internacionais sobre saúde ambiental concluíram que o surgimento de problemas de coração, sistema respiratório e rins são consequências da exposição a elevados níveis de poluição,

Xu Dongqun, vice-diretora do instituto de saúde ambiental e segurança dos produtos relacionados no Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças, afirmou que os impactos específicos da saúde também estão altamente relacionados com as variedades dos principais poluentes.

O monitoramento e a pesquisa sobre os efeitos na saúde, causados pela poluição, são necessários para definir medidas para proteger a saúde pública nos dias de smog intenso, reforçou, acrescentando que, este processo, requer a cooperação entre as agências governamentais da saúde, proteção ambiental e meteorologia.

Globalmente, em 2015, a OMS instigou os membros a desenvolverem sistemas de controle de poluição atmosférica e registro de saúde, a fim de aprimorar o monitoramento de todas as doenças consequentes da poluição.

Em resposta, a principal autoridade de saúde da China prometeu, no final de 2016, criar 126 locais de monitoramento em todo o país, objetivando o estudo dos efeitos da poluição do ar na saúde.

A Comissão Nacional de Saúde e Planeamento Familiar tem realizado pesquisas nesta área, afirmou a chefe adjunto da comissão, Ma Xiaowei, em uma coletiva de imprensa em dezembro.

A China iniciou pesquisas sobre o risco de poluição e um programa sobre tecnologias de alerta contra contaminação atmosférica, a fim de identificar os poluentes típicos prejudiciais à saúde humana e estabelecer um sistema de avaliação, acrescentou Ma.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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