Lhasa, 5 jan (Xinhua) -- Pesquisadores das mudanças climáticas que trabalham no Planalto Qinghai-Tibete assinalaram que o rápido aquecimento gerou, como resultado, a formação de 99 lagos novos e a ampla expansão de lagos nas últimas quatro décadas.
As descobertas foram publicadas na edição mais recente da revista norte-americana "Geophysical Research Letters".
Além dos pólos Norte e Sul, as mesetas Qinghai-Tibete e mongola são as regiões mais sensíveis à mudança climática, disse Zhang Guoqing, do Instituto de Pesquisa do Planalto Tibetano da Academia Chinesa de Ciências e autor principal do documento.
Os dois planaltos adjacentes têm mudado em direções opostas em resposta à mudança climática, de acordo com o relatório.
"Achamos 99 lagos novos e uma ampla expansão dos lagos no planalto tibetano durante as últimas quatro décadas de 1970 a 2013", disse Zhang. A equipe atribuiu a situação à maior precipitação e às contribuições criosféricas ao equilíbrio da água da região.
Ao contrário, na meseta mongola, 208 lagos desapareceram e 75% dos restantes se contraíram. A contração se deve principalmente às atividades humanas, mencionou Zhang.
"Esperamos que as descobertas possam oferecer informação útil para o planejamento dos recursos ecológicos e hídricos nestes ambientes frágeis", disse o pesquisador.
Diversos estudos mostraram os efeitos da mudança climática no Planalto Qinghai-Tibete.
De acordo com um relatório publicado pelo instituto em 2015, a temperatura anual média da região aumentou entre 0,3 e 0,4 grau Celsius a cada 10 anos entre 1960 e 2012, quase o dobro que a média no restante do mundo. A temperatura aumentou de maneira mais notável anualmente no inverno e na parte no norte da meseta, indica o relatório.
O documento assinala que de acordo com os modelos de mudança climática, nos próximos 100 anos a temperatura do planalto poderia subir 4 graus Celsius.