Os atentados terroristas ocorridos, nesta última segunda-feira, na Turquia e Alemanha geraram uma onde de condenação internacional, provocando uma nova ponderação sobre a necessidade da cooperação internacional no combate ao terrorismo.
De acordo com Li Wei, o diretor do Centro Antiterrorismo do Instituto das Relações Internacionais Contemporâneas da China, o fato de o assassino do embaixador russo na Turquia ser um ex-policial mostra que organizações terroristas se têm infiltrado com facilidade no dia-a-dia da população internacional, podendo estar presentes nos governos e milícias de alguns países.
A partir das informações disponíveis, não está ainda esclarecido o motivo dos dois atentados, mas o modo como os atentados decorreram reflete, em certo grau, as novas mudanças na frente do combate internacional ao terrorismo.
Em 2016, o terrorismo tornou-se mais globalizado, fragmentado e “internetizado”, com o destaque dos dois grupos extremistas - “Estado Islâmico” e “Al-Qaeda”.
Por outro lado, a luta internacional contra o terrorismo se tem limitado aos jogos entre as potências, sobretudo entre os EUA e a Rússia, o que dificulta a formação de uma força conjunta.
O assassinato do embaixador russo na Turquia relembrou o ataque contra o Consulado-Geral dos EUA em Bengasi, na Líbia, ocorrido no dia 11 de setembro de 2012, no qual o embaixador norte-americano perdeu a vida.
Após a agitação no Oeste da Ásia e no Norte da África, os EUA e a Rússia continuam a discordar em uma série de questões regionais, não concordando na formação de uma cooperação forte na luta contra o terrorismo.
O mundo ocidental, representado pelos EUA, tem atitudes distintas relativamente às duas batalhas no Médio Oriente, uma em Mosul, no Iraque, e outra em Alepo, na Síria.
As duas operações visam o confronto contra os grupos “Frente al-Nusra” e “Estado Islâmico”, classificados como organizações terroristas pela ONU.
Por um lado, os EUA, apoiaram o ataque a Mosul, enviando tropas para ajudar os combates; por outro lado, se opuseram à operação do exército governamental da Síria, em Alepo, acusando Moscou e Damasco de causarem a tragédia humanitária.
Os governos dos países ocidentais manifestaram em primeira instância a condenação ao assassinato do embaixador russo, ao mesmo tempo, as imprensas ocidentais frisaram o vínculo entre o atentado e o apoio da Rússia ao regime de Bashar al-Assad.
O terrorismo é uma ameaça comum da humanidade e o combate ao terrorismo é responsabilidade de todos os países.
No entanto, alguns países adotaram o critério duplo nesta questão, adicionando alguns “interesses privados” na operação contra o terrorismo, o que pode gerar, logicamente, consequências desfavoráveis e graves.
Os dois atentados ocorridos no dia 19 causam duas vítimas – a Rússia e o mundo ocidental.
Os terroristas têm cometido atentados indiscriminados, embora a Rússia e os países ocidentais tenham opiniões opostas quanto a esta questão.
Neste sentido, ninguém sairá vencedor com a propagação do extremismo e terrorismo.
Uma cooperação global no combate ao terrorismo, ignorando as controvérsias, é urgente e necessária para a comunidade internacional.
Na próxima etapa, o Iraque e a Síria serão os cenários de destaque na cooperação antiterrorismo, tendo como a chave o impedimento da construção das bases dos grupos terroristas nesses países.
Além disso, é necessário adotar medidas para evitar a propagação da ideologia terrorista, atentando aos ataques dos “lobos solitário”, e para resolver os conflitos religiosos e jogos geopolíticos, facilmente aproveitados pelos terroristas.