A recente captura de um drone submarino norte-americano, pela marinha chinesa, nas águas do Mar do Sul da China, tem sido notícia em todo o mundo, se tornando viral nos media internacionais.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou o desagrado sobre este assunto por meio do twitter, alegando que a China “roubou” o drone americano em “águas internacionais”, acrescentando mais tarde que a China poderia ficar com o mesmo, após a marinha chinesa ter manifestado a vontade de “devolver o veículo apropriadamente aos EUA”.
Nos últimos anos, os EUA têm enviado frequentemente navios e aviões para fazer reconhecimento e pesquisa militar nas águas sob a jurisdição chinesa, nas proximidades das ilhas e recifes de Nansha (território chinês)
Usando em sua defesa a “liberdade de navegação”, os EUA provocaram Beijing, sobre a situação na região, em várias ocasiões.
Neste caso, os EUA alegam que “a colheita dos dados oceanográficos” realizada nas “águas internacionais” está de acordo com as “leis internacionais”, acusando a China de “capturar ilegalmente” o seu drone submarino.
Segundo as informações reveladas pelo Ministério de Defesa Nacional da China, o navio de resgate chinês, que descobriu o “aparelho não identificado” nas águas sob a jurisdição chinesa, tinha a responsabilidade de verificar e identificar o aparelho, a fim de “evitar danos possíveis à segurança da navegação de navios e tripulantes a bordo”.
No assunto supracitado, a China adotou uma “atitude profissional e responsável”, concordando em devolver o drone após a sua identificação.
Contrariamente ao esperado, o exagero unilateral dos EUA sobre este caso foi desfavorável à solução do problema.
O menosprezo do objetivo da utilização do drone nas águas do Mar do Sul da China não consegue cobrir a pretensão real de Washington.
Na verdade, o aparelho é apenas a ponta do iceberg da estratégia militar dos Estados Unidos em relação à China.
Há vários anos que os EUA investigam as águas chinesas com este tipo de drone, considerando-o como um “amplificador da força” da marinha norte-americana e um componente importante da vantagem bélica para com o país asiático.
O USNS Bowditch, que liberou o drone submarino referido, é um navio de pesquisa oceanográfica que tem sido frequentemente avistado nas zonas costeiras da China.
Os atos dos americanos, de recolha de informação e “navegação livre”, não só podem causar incidentes marítimos e aéreos, como também se podem tornar um obstáculo à cooperação e ao reforço da confiança mútua estratégica entre a China e os EUA.