Cooperação entre China e Peru em fase acelerada

Fonte: Diário do Povo Online    21.11.2016 16h30

Por Carlos Aquino

Nos últimos anos, os líderes chineses realizaram várias visitas aos países da América Latina e do Caribe, com a finalidade de promover as relações sino-latino-americanas, entre as quais a cooperação com o Peru é uma das mais destacadas.

A China é o maior parceiro comercial do Peru e um dos principais investidores nos setores mineral e petrolífero do país. Em 2009, a China assinou um acordo de livre comércio com o Peru - o único país latino-americano a assinar o acordo e estabelecer uma parceria de cooperação estratégica global em simultâneo.

Desde 2010, ano em que a China e o Peru assinaram o acordo em questão, o valor do comércio bilateral tem sido demarcado por um crescimento robusto. Em 2015, o valor do comércio bilateral atingiu os US$14,5 bilhões. A exportação chinesa foi de US$6,35 bilhões, e a importação de US$ 8,12 bilhões, respetivamente.

O Peru espera diversificar a exportação para a China, através da fabricação de mais produtos industriais e da adaptação às idiosincracias do mercado chinês.

Além do laço comercial, os dois países desempenham também um intercâmbio inter-humano abrangente.

O governo chinês estabeleceu bolsas de estudo e projetos de formação para estudantes peruanos rumarem à China e prosseguirem seus estudos.

Atualmente, a China tem vários Institutos Confúcio no Peru. A China instalou também centros de estudos culturais em universidades peruanas, e vice-versa.

As centenas de alunos chineses e peruanos formados em ambos os países são hoje arautos da amizade entre os dois países.

O Peru necessita atualmente de formar mais recursos humanos com competências técnicas para tarefas de processamento industrial. Este é um setor onde a China tem uma experiência vasta.

A segunda maior economia no mundo tem mantido um crescimento estável, realizando um investimento progressivamente maior em outros membros integrantes da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (APEC), e assim contribuindo para o desenvolvimento econômico desses países.

A China melhorou também a qualidade do seu crescimento, auxiliando também a restruturação do setor industrial. O país encontra-se a fazer uma migração de uma economia orientada pela agricultura, mineração e indústria pesada para um novo modelo orientado pelo consumo e pelo setor terciário.

A China é atualmente uma potência com capacidade de pesquisa e fabricação de produtos de tecnologia sofisticada, cuja experiência de desenvolvimento pode ser usada como referência de aprendizagem para os países latino-americanos.

Seguem algumas sugestões que, do meu ponto de vista, podem ser consultadas para a promoção das relações sino-peruanas.

Em primeiro lugar, tendo em conta que a China é o maior parceiro comercial do Peru e a moeda chinesa, o renminbi, já se encontra na cesta do Direito Especial de Saque (SDR, na sigla em inglês), no futuro, o comércio entre os dois países poderá ser efetuado em yuans.

A cooperação econômica e tecnológica no quadro da APEC deverá ser valorizada com maior intensidade. Além disso, as duas partes devem prestar uma maior atenção à transferência de tecnologias, à modernização das micro e pequenas empresas, ao empreendimento da energia limpa, e ao transporte coletivo.

Em terceiro lugar, os dois países devem reforçar o intercâmbio inter-humano no sentido de realizar mais atividades culturais - não só bilaterais como multilaterais. 

(O autor é o diretor do Instituto de Investigção Econômica da Universidade Nacional Maior de San Marcos)

(Web editor: Renato Lu, editor)

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