Beijing, 18 nov (Xinhua) -- A visita do presidente chinês Xi Jinping ao Equador deverá consolidar ainda mais a confiança mútua política e levar a cooperação pragmática entre as duas nações para um nível mais alto.
A convite do presidente Rafael Correa, Xi começará sua visita de Estado ao Equador na quarta-feira, a primeira de um presidente chinês desde que os dois países estabeleceram laços diplomáticos em 1980.
Especialistas e funcionários governamentais acreditam que a cooperação entre os dois países será expandida e melhorada com a visita.
O embaixador chinês em Quito, Wang Yulin, disse que as relações entre a China e o Equador estão no seu melhor nível e que devem receber um forte impulso com a visita oficial.
Desde o estabelecimento dos laços diplomáticos há 36 anos, os dois países têm apoiado um ao outro em assuntos regionais e internacionais e mantido uma cooperação estreita.
"A China e o Equador se tornaram bons amigos que desfrutam de sinceridade, confiança e cooperação mutuamente benéfica", disse Wang à Xinhua.
A cooperação nas diversas áreas rendeu grande sucesso. "A cooperação econômica pragmática entre a China e o Equador produziu benefícios tangíveis para os dois povos e é amplamente elogiada pelo lado equatoriano", disse Wang.
O comércio entre os dois países atingiu US$ 4,1 bilhões em 2015, valor quatro vezes maior que há 10 anos. O comércio bilateral tem grande potencial uma vez que produtos equatorianos como bananas, camarões e flores são apreciados pelos consumidores chineses.
A cooperação em investimentos e financiamento também estão crescendo exponencialmente.
Atualmente, a China é o terceiro maior parceiro comercial do Equador, enquanto este é um importante parceiro energético da China na América Latina, um dos principais destinos para o investimento chinês, bem como um mercado importante para empreendimentos contratados.
O investimento chinês no Equador excedeu os US$ 10 bilhões. Mais de 90 empresas chinesas operam atualmente no país, com algumas delas envolvidas em alguns dos principais projetos do país, em sua maioria usina hidrelétrica.
Das oito estações hidrelétricas já construídas ou em obras, sete foram ou estão sendo construídas por empresas chinesas. As usinas hidrelétricas ajudaram o país a sair da escassez para se tornar em um exportador de energia.
"As economias dos dois países são altamente complementares, fazendo deles parceiros naturais para a cooperação no campo econômico. Eles têm enorme potencial para a cooperação nos setores como capacidade produtiva, investimento e energia limpa", expressou Wang.
Durante sua visita, Xi deverá inaugurar simbolicamente a estação de Coca Codo Sinclair, a maior das estações hidrelétricas.
A usina com uma capacidade instalada de 1,5 mil megawatts, foi construída pela China Sinohydro.
"Esses projetos permitiram que nós conquistassemos nossa independência energética, tendo uma das fontes energéticas mais ecológicas do mundo", disse o presidente Correa à Xinhua em uma recente entrevista.
"Atualmente, mais de 90% da nossa energia vem das hidrelétricas, que é limpa e renovável, e isso se deve em parte à cooperação e financiamento chinês", acrescentou.
Correa espera que a China continue a investir no Equador, que tem um portfólio de projetos lucrativos em construção naval e de aço no valor de cerca de US$ 40 bilhões.
Katalina Barreiro, especialista em relações internacionais do Instituto para Estudos Nacionais Avançados do Equador, elogiou a cooperação entre os dois países.
A cooperação mais efetiva veio da China após o terremoto de 7,8 graus que devastou vilas ao longo da costa norte do Equador em abril, lembrou Barreiro.
As companhias chinesas também desenvolveram o sistema de resposta de emergências nacional do Equador, o ECU 911. O sistema de serviços de segurança pública, equipado e construído por companhias chinesas, desempenhou um papel vital no resgate e nos trabalhos de alívio.
Como um comando e centro de controle, o ECU 911 processou uma quantidade enorme de informações e enviou instruções sem atraso, salvando inúmeras vidas e evitando danos maiores.