Por Alicia Bárcena
O presidente chinês Xi Jinping irá realizar uma visita à América Latina (AL) nesta semana. Trata-se de um marco que testemunha a aproximação e o aprofundamento do intercâmbio e cooperação entre a China e a AL.
A Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) aguarda ansiosamente a visita do chefe de Estado chinês.
A China é o segundo maior parceiro comercial da América Latina e Caribe e o principal destino das exportações da AL.
Por seu turno, a AL se tornou um dos mercados privilegiados das exportações de produtos chineses, tais como automóveis, equipamentos de transporte ferroviário, aparelhos de comunicação e maquinaria.
Em meio à depressão do comércio global, o volume das importações chinesas provenientes da AL registrou uma subida, equilibrando gradualmente os pratos da balança do comércio bilateral.
A China é atualmente uma das fontes basilares do investimento para a AL, se destacando na mineração e no gás natural.
Atualmente, a cooperação econômica e comercial entre os dois blocos tem um enorme potencial. Antevejo que a visita de Xi sirva de mote para a sua intensificação.
O Plano de Cooperação CELAC-China 2015-2019 foi executado ao longo de dois anos. Durante esse período, a China e o CELAC discutiram, em várias ocasiões, setores como a agricultura, infraestrutura, ciência e tecnologia.
Além do comércio de matérias-primas, a AL ambiciona que a cooperação com a China possa oferecer um contributo para que a região dilate a taxa de produtividade, reforce a construção de infraestruturas, aperfeiçoe as redes de logística, e eleve a qualidade da formação dos seus recursos humanos.
A melhoria nesses setores pode desempenhar um papel relevante para promover o desenvolvimento equilibrado e inclusivo, reduzindo as disparidades entre classes sociais na AL.
Simultaneamente, a China obteve grandes êxitos no âmbito da alta tecnologia, cuja experiência pode ajudar a AL a avançar com a reforma digital, e realizar uma transição estável para a economia verde.
Acredito que a cooperação entre a China e o CELAC trará benefícios para a atualização das indústrias na região, além de preencher as lacunas da AL em áreas como interconectividade e logística, de modo a elevar a posição daquela região do continente americano na comunidade industrial global.
É de salientar que os laços sino-latino-americanos atravessam uma metamorfose de paradigma, cada vez mais demarcado pela qualidade ao invés da quantidade. O Plano de Cooperação CELAC-China 2015-2019 é um primeiro passo obrigatório para a elaboração de um quadro sistemático para a cooperação bilateral do futuro.