Beijing, 29 set (Xinhua) -- A cúpula do Grupo dos Vinte (G20) em Hangzhou é importante para a coordenação econômica global ao se concentrar nos tópicos certos, disse o chefe de um grupo de pesquisa econômica europeu.
"A cúpula de Hangzhou foi uma importante cúpula. Pôs corretamente a ênfase em ambos os lados da economia, no lado da oferta e no da demanda", disse Guntram Wolff, diretor do Bruegel, recentemente à Xinhua para comentar o evento realizado naquela cidade chinesa no início deste mês.
A economia mundial está enfrentando novos desafios oito anos depois da crise financeira global em 2008, com a política monetária em todos lugares basicamente em seu limite, observou o chefe do Instituto Econômico Europeu e Global, sediado em Bruxelas.
"Nós precisamos de reformas estruturais significativas por um lado, mas por outro também precisamos de políticas macroeconômicas apoiadoras para estimular a demanda. (...) Essa combinação faz sentido."
Entre os principais desafios, Wolff disse que a desigualdade se tornou notavelmente importante para o mundo inteiro, embora haja diferentes dificuldades domésticas em cada um dos membros do G20.
Isto não só preocupa os países em desenvolvimento e de renda mais baixa, mas também as economias avançadas, incluindo os países europeus e os Estados Unidos.
O salário está "caindo em muitos países do mundo, significando que a porcentagem da renda nacional que vai para os trabalhadores comuns tem caído", disse Wolff em uma entrevista à Xinhua ao participar de uma reunião em Beijing sobre o G20 e a coordenação econômica global.
A este respeito, a cúpula do G20 em Hangzhou estabeleceu o tom certo para lidar com o assunto de desigualdade, incluindo a coordenação global sobre a taxação corporativa em torno do mundo, afirmou.
Além disso, a cúpula enfatizou o crescimento inclusivo, um "bom conceito", segundo o economista.
Wolff acredita que o crescimento inclusivo não só significa distribuição mais justa da riqueza social, mas também acesso igual a oportunidades, educação e novos empregos, entre outros.
Sobre a governança econômica global, "o G20 é totalmente relevante e importante", disse, acrescentando que "como um fórum o G20 representa a economia mundial variável e a China desempenha um papel cada dia mais importante neste processo".
Elogiou a China por lidar com o desafio de desigualdade, pois "realmente tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza, o qual é um enorme avanço".
Sobre a economia nacional, disse que "a taxa de crescimento da China ainda é bastante alta".
Porém, ele acredita que a fase do crescimento chinês muito dependente do crescente investimento já passou.
"Em última instância, o crescimento da China virá do progresso em tecnologia e produtividade total, produtividade de trabalho e melhor sistema de ensino", disse, sugerindo crescimento mais equilibrado e um mais forte setor de serviços.