Severino Cabral
A China sediou no início de setembro a cúpula do G20 na cidade paisagística de Hangzhou, reunindo os líderes das 20 maiores economias, juntamente com os líderes de 8 países convidados, para discutir o rumo da economia mundial. Em relação à proposta chinesa sobre o crescimento mundial, o presidente do Instituto Brasileiro de Estudo da China e Ásia-Pacífico, Severino Cabral, escreveu uma coluna para o Diário do Povo. Segue-se o texto:
O discurso de Xi Jinping traz ao debate sobre o curso atual da crise econômica e financeira global a necessidade de nele se introduzir novas conceituações, novas políticas e novos mecanismos para a sua superação. E a importância desse discurso é tanto maior por se dirigir a uma audiência que inclui a representação de dois terços da população do globo e o essencial da economia mundial.
Na situação de crise da economia e das finanças mundiais, que começou em 2008 e se prolonga até os dias atuais, o G-20-- principal plataforma para a governança econômica global— encontra-se ora reunido na China para discutir e debater caminhos e meios que busquem ação comum, tendo em vista a retomada do crescimento da economia global. Tarefa nada fácil, que deve ser construída na base de consensos dos países e da comunidade internacional sobre a necessidade de nova e mais abrangente compreensão sobre a conjuntura internacional, a crise da economia mundial, seus desafios e oportunidades.
Neste sentido, a reunião de Hangzhou, ao introduzir a questão crucial do desenvolvimento sustentável, conectado e inclusivo no horizonte das preocupações gerais, mostra quão decisiva pode ser a contribuição da China ao encaminhamento de nova pauta mundial. Em sua adaptação aos parâmetros da nova normalidade a China, segunda economia mundial e maior país em desenvolvimento, deve se revelar capaz de, não só de resolver os problemas internos de sua economia, como contribuir para que um novo paradigma se imponha ao conjunto dos países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Em seu discurso o líder chinês aborda, em suas grandes linhas, alguns dos caminhos novos do desenvolvimento, que a China e o mundo deverão enfrentar, e, juntos, superar para transformar a crise global que ora vivem, em uma nova etapa do desenvolvimento da nossa civilização.