Opinião: Especialista russo deposita grande esperança nos frutos da cúpula de Hangzhou

Fonte: Diário do Povo Online    27.09.2016 17h06

Por Sergey Karataev

Nos últimos anos, a economia mundial tem vindo a crescer a um ritmo de 3% ao ano, representando uma queda acentuada em relação a anos anteriores. O abrandamento econômico não só se verifica em países mais avançados, que mantêm uma taxa abaixo dos 2%, mas também nos países em desenvolvimento. Não são poucas as vezes que instituições financeiras internacionais, como o Banco Mundial e o FMI, rebaixaram as perspetivas de crescimento. A cúpula do G20 de Hangzhou surge em meio à incerteza na economia mundial, como um caso de sucesso.

O motivo do abrandamento econômico resulta de dois aspetos: falta de estímulos para garantir o crescimento sustentável e medidas adotadas menos eficientes. Enquanto isso, o crescimento lento do comércio internacional, a falta do vigor no investimento e a instabilidade no mercado financeiro afetaram a recuperação da economia mundial, com a qual, não é descartável a possibilidade de um novo surto de crise financeira global ou regional.

Na fase embrionária da sua existência, o G20 desempenhou um papel significativo no enfrentamento da crise financeira. Com a recuperação gradual da economia mundial, a capacidade de execução do G20 foi diminuída devido à divergência de interesses entre os membros. O G20 publicou vários documentos, que, no entanto, não foram aplicáveis em vários países.

Por exemplo, a cúpula do G20 lançou várias demandas construtivas contra o protecionismo, porém, as medidas protecionistas duplicaram nos países avançados.

Nesse contexto complexo, a China apresentou uma série de propostas para revigorar o estatuto do G20 na governança mundial, tendo estabelecido como objetivo principal a manutenção do crescimento sustentável e a redução dos riscos atuais.

Embora não sejam mais novidades a reforma da instituição financeira internacional, a ativação de investimentos e a promoção da reforma institucional, a proposta da China torna mais exequível a cooperação eficaz entre as principais economias no mundo.

A China frisou a discussão em torno de temas econômicos, apelando a uma postura flexível por todas as partes nas questões discutidas. Beijing instou os membros do G20 a colocarem a sua atenção na solução dos problemas atuais, não se focalizando apenas nas suas origens; persuadiu os membros a não debaterem o efeito da política monetária já adotada, mas sim a prestarem atenção à promoção do crescimento através de reformas estruturais, políticas tributárias e políticas orçamentais. 

A China realizou um estudo amplo e profundo na supervisão de resoluções e na melhoria do mecanismo administrativo, além de promover o aumento da voz dos países em desenvolvimento.

Sob a impulsão da China, a cúpula do G20 elaborou, pela primeira vez, o plano de ação sobre a prática da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Com o encerramento da cúpula de Hangzhou, o tempo irá comprovar os efeitos da proposta chinesa. Graças às experiências acumuladas nos vários quadros multilaterais, vale a pena depositar a nossa confiança na prática dos frutos obtidos na cúpula.

(O autor é diretor da secção da economia estrangeira do Instituto Estratégico da Rússia) 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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