China sugere propostas de reformas estruturais para a economia mundial

Fonte: Diário do Povo Online    30.08.2016 14h29

Por Zhang Qizuo, Diário do Povo

A explicação subjacente para o facto da economia mundial atravessar um período menos positivo pode ser encontrada em causas estruturais de médio e longo prazo.

Perante tal presente contexto, a China, atual detentora da presidência rotativa do G20, está se esforçando para colher frutos na cúpula em Hangzhou, através do aprofundamento da reforma estrutural financeira internacional. Tais esforços surgem no sentido de elaborar novas soluções para uma governança financeira global mais eficiente, e de transformar o G20 de um mecanismo de resposta a crises de longo prazo à exasperação do papel de vanguarda do G20 no crescimento econômico global e na cooperação internacional.

A economia mundial está sofrendo uma desaceleração. A flexibilização das políticas monetárias falhou no estímulo da insuficiência do crescimento registado nas economias desenvolvidas no segundo trimestre. Durante o período entre março e junho passado, os EUA registraram apenas um aumento de 1,2 por cento, a União Europeia experienciou um aumento de 0,3 por cento, e o Japão, por seu turno, 0,2 por cento.

As evidências supracitadas demonstram que a crise financeira internacional continua afetando a economia global.

A crise de 2008 também ressaltou o desequilíbrio na arquitetura econômica global, depois que expôs as falhas estruturais e os riscos sistemáticos do sistema tradicional de governança financeira internacional dominada pelo dólar.

Grandes mudanças tiveram lugar na economia global. No sistema tradicional de governança financeira, no entanto, os mercados emergentes e países em desenvolvimento estão mal representados. As suas quotas e direitos de votação no FMI não correspondem à sua economia em crescimento.

Como resultado, o sistema tradicional tem causado uma má combinação de divisas para os mercados emergentes e países em desenvolvimento. Deste modo, o efeito de transbordamento negativo da política de flexibilização quantitativa lançado pelos países avançados, foi transferido para os países em desenvolvimento, resultando em um desequilíbrio da estrutura econômica global.

Perante o desequilibro estrutural de longo prazo da economia mundial, o G20 tem que se encarregar da transformação em um mecanismo de governança econômica a longo prazo.

Após assumir a presidência rotativa do G20, a China identificou 9 áreas prioritárias e 48 princípios nas reformas estruturais, tendo sugerido expandir a demanda total pela via de aumentar o investimento infraestrutural e construir uma nova ordem de taxação internacional justa.

Além desses esforços, a China reativou ainda o Grupo de Trabalho da Arquitetura Financeira Internacional e preparou um esboço de uma agenda do G20, com vista a forjar uma arquitetura financeira internacional mais estável e resiliente.

A China adiantou também uma série de sugestões práticas sobre a expansão da aplicação do Direito Especial de Saque (DES); reforçou a rede da segurança financeira internacional; acelerou a quota da FMI e a reforma de governança; melhorou a supervisão e administração do fluxo de capital; e promoveu o mecanismo da reestruturação da dívida soberana.

Tendo estes esforços como pressuposto, a China avançou suas próprias propostas para uma governança financeira global mais eficiente. Além de sugerir o aumento da representatividade dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento, as propostas visam também a promoção do crescimento econômico ao ter em atenção, tanto os sintomas, como as causas.

(O autor é o economista e diretor do Centro de Estudos sobre o Desenvolvimento Estratégico e Econômico para o G20 e Países Emergentes) 

(Editor: Renato Lu,editor)

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos